“Dinheiro público jogado fora”, diz Bolsonaro sobre veto de recursos da Ancine para filmes LGBT+

Nesta quinta-feira (15), Jair Bolsonaro fez uma live em seu Facebook para falar sobre os recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine). De acordo com o presidente, alguns filmes, inclusive com temática LGBT+ são “dinheiro público jogado fora”. Em julho deste ano, o presidente já anunciou que vai dificultar recursos financeiros para a Ancine. A declaração deixou muitos artistas nacionais indignados.

Segundo declarou em live, Bolsonaro pretende vetar recursos para determinadas produções da Ancine. O presidente citou que filmes sobre temática LGBT+ e racismo “não têm cabimento”, por isso, essas obras não merecem recursos públicos. Além disso, o presidente argumentou que alguns filmes, pelo título, indicam que não são adequados.

Segundo Bolsonaro, títulos como “Transversais”, que fala sobre transexuais do Ceará, são inadequados. Além disso, o presidente citou os filmes “Sexo Reverso”, Religare Queer” e “Afronte”, que aborda o tema de racismo. Esses títulos, assim como vários outros de temática LGBT e sobre racismo, estão aguardando investimento da Ancine. Além disso, Bolsonaro disse que esses títulos não têm audiência.

Runa Sursfistinha

Em julho deste ano, Jair Bolsonaro disse que quer mais controle sobre as finanças da Ancine e criticou filmes como o de Bruna Surfistinha. A obra retrata a vida da mulher que ficou muito famosa no Brasil ao se prostituir em meio à elite do país. Em resposta ao presidente, a atriz Déborah Secco, intérprete de Surfistinha, criticou a declaração. “Não podemos nos calar vendo tudo isso”, disse a atriz. Além disso, a DJ Raquel Pacheco, que usou o nome de Bruna Surfistinha em sua vida na prostituição, também condenou o presidente.

A declaração de Bolsonaro que levantou comentários de Bruna Surfistinha, Deborah Secco e outros artistas, beirou à censura. De acordo com o presidente, a sede da Ancine devia ser transferida do Rio de Janeiro para Brasília. Assim, Bolsonaro e sua equipe poderiam cuidar diretamente das produções do órgão. Além disso, ele cogitou a ideia de fechar a Ancine caso o órgão não se adapte às novas regras de seu governo. “Deixa para a iniciativa privada fazer filme”, disse.

 

 

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