Google altera algorítimo e palavra “lésbica” não resultará mais em pornografia

Um grande passo para o debate sobre a fetichização da sexualidade lésbica foi dado recentemente. No mundo da internet, ao pesquisa sobre o termo “lésbica”, os resultados são sempre os mesmos: pornografia. Há quem acredite que esse resultado aparece pela falta de conteúdo sobre lésbicas na web, mas não é bem por aí a questão.

A sexualidade  lésbica, dentro de um contexto machista e patriarcal, é constantemente fetichizada. A lesbofobia existe e todos os dias discrimina mulheres lésbicas. Mas a sexualidade delas ainda tem a serventia de satisfazer fetiches, principalmente masculinos. Há muitas discussões sobre o universo lésbico na internet, embora ainda seja escasso o debate sobre prevenção no sexo. Por outro lado, os mecanismos de pesquisa sempre resultavam em pornografia quando a palavra “lésbica” era buscada na internet.

Os resultados eram inúmeros: pornografia, fotos sensuais, nudez, e só no fim da página repleta de links pornográficos é que começa a aparecer algum conteúdo sobre lésbica fora do âmbito sexual. Em atenção para esses resultados e como forma de respeito e representatividade para lésbicas, o Google mudou os seus algorítimos com relação a essa palavra.

#SEOlesbienne

Ao buscar a palavra gay, bissexual ou trans, os resultados do Google eram informativos ou de notícias. Por outro lado, a palavra “lésbica” resultava sempre em exposição sexual. Diante disso, o grupo francês de ativismo #SEOlesbienne começou uma grande campanha como objetivo de chamar a atenção da Google, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.

Inúmeros protestos virtuais e reclamações foram direcionados para a empresa. Em resposta, a Google entendeu que os seus resultados contribuíram para a fetichização e objetificação de mulheres lésbicas. Por isso, a empresa confirmou a mudança no algorítimo que agora permite conteúdo informativo e diversificado para a busca da palavra “lésbica”.

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa