Mounir Baatour é o primeiro candidato gay ao cargo de presidente na Tunísia; ativistas LGBT+ se opõem

Mounir Baatour é membro do Partido Liberal da Tunísia e pretende ser o primeiro presidente abertamente gay no país. Tomada pela cultura muçulmana, a Tunísia ainda é muito conservadora com as questões LGBT+, mas isso não impediu o candidato de lutar pela vaga do executivo na política do país.

As eleições acontecerão em setembro desse ano e por isso os partidos já estão lançando seus candidatos. No caso do Partido Liberal, a opção é seu próprio líder Mounir Baatour. O advogado também é ativista LGBT+ no país onde foi um dos fundadores do grupo de direitos LGBT+, o Shams.

Há mais de vinte anos Baatour luta pela causa LGBT+ na Tunísia. Seu trabalho é árduo devido ao conservadorismo no país. A Tunísia não permite a homossexualidade, podendo levar à prisão a comunidade gay do país. Foi o que aconteceu com Baatour em 2013, quando ficou três meses preso acusado de sodomia. Devido a esse contexto, ONGs de todo o mundo lutam pelos direitos e cidadania de LGBTs da Tunísia e de outros países opressores como os LGBTs. Uma delas é a Human Rights Watch que presta apoio à vitimas de LGBTfobia.

Oposição LGBT

Apesar do grande passo de Mounir para se candidatar em um país LGBTfóbico, a comunidade LGBT da Tunísia não está totalmente ao lado do candidato. Ativistas se reuniram para fazer uma petição online na tentativa de barrar a candidatura de Monir. De acordo com esses grupos, o candidato “representa um grande perigo” para a população LGBT+ da Tunísia.

Conforme descrito na petição, um dos motivos para barrar a candidatura são denúncias de assédio sexual contra Baatour. Os ativistas afirmam que até mesmo menores de idade foram vítimas de abusos por parte do candidato. Além disso, a associação de Baatour, a Shams, teria invadido a privacidade de pessoas LGBT+ divulgando dados confidenciais.

Mesmo com as acusações, Baatour considerou importante a sua candidatura. Além disso, junto com ele, se candidatou Youssef Chahed, para o cargo de chefe do governo. As eleições serão no dia 15 de setembro e, caso seja necessário, haverá um segundo turno em 3 de novembro.

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