Justiça de Santa Catarina concede direitos de identidade de gênero para detenta trans

Uma mulher trans de Santa catarina que está reclusa na Penitenciária Industrial de Joinville recebeu direitos conforme sua identidade de gênero. A mulher está em uma penitenciária masculina e por isso não estava recebendo tratamento hormonal ou de acordo com sua identidade de gênero. Agora, por uma determinação da Justiça, a mulher poderá usufruir de concessões específicas na penitenciária.

A própria detenta entrou com o pedido sobre esses direitos. Através da Defensoria Pública de Santa Catarina, ela conseguiu seu objetivo. A decisão é do juiz João Marcos Buch, da 3ª Vara Criminal e Execuções Penais de Joinville.

Além dos direitos básicos para uma mulher trans, a detenta também foi amparada por uma normativa de 2017. De acordo com o documento do Departamento de Administração Prisional (DEAP), não basta apenas deixar os LGBTs em salas separadas. Mais que isso, é necessário respeitar a identidade de gênero e as peculiaridades dessa população.

Após a decisão da justiça, a detenta trans tem o direito ao nome social e materiais de uso pessoal. A mulher terá direito a produtos como hidratante, cosméticos para cabelos e unha, e produtos de higiene pessoal.

Com relação ao nome social, a concessão do direito foi baseada no Decreto nº 31 de maio de 2019 que determina o respeito ao nome social dentro da penitenciária.

Além disso, os servidores carcerários deverão passar por capacitação. O objetivo é que casos de LGBTfobia, agora criminalizados pelo Superior Tribunal Federal (STF), não aconteçam na prisão.

Por fim, a mulher poderá ainda exercer seu tratamento hormonal se assim desejar. Além do acesso aos medicamentos, a detenta deverá ser assistida por equipe médica e psicológica. Esse direito é baseado no art. 7º da Portaria n.87 da DEPEN/SC. A norma garante atenção integral à saúde para a população transexual encarcerada.

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