Ex-deputado federal, Jean Wyllys saiu do Brasil após receber ameaças de conservadores ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). Agora, o novo professor de Harvard dará início à sua trajetória acadêmica no exterior pesquisando sobre fake news. O tema foi muito comentado no Brasil principalmente durante as eleições em que Jair Bolsonaro foi acusado de usar fake news para conseguir votos.
De acordo com amigos de Wyllys, o ex-parlamentar irá atuar na pesquisa da fundação Open Society, realizada pelo Insituto de Pesquisa Afro-Latin Americanos, intitulada “Fake News e discursos de ódio contra minorias sexuais e étnicas”. Além disso, o ex-deputado dará aulas sobre o tema na universidade dos Estados Unidos durante um semestre.
Wyllys comemorou seu novo trabalho através de um posto no Instagram. Ele ainda falou sobre a vida fora do Brasil se referindo à perseguição que sofria em seu país de origem. Em resposta, muitos internautas e políticos brasileiros elogiaram a conquista do ex-deputado.
Perseguição
Durante seus mandatos como deputado no Brasil, Jean Wyllys sofreu inúmeras ameaças contra ele e seus familiares. Todos os dias chegavam mensagens ameaçadoras em seu e-mail detalhando as formas de tortura que o então parlamentar iria sofrer se continuasse no Brasil defendendo as minorias e Direitos Humanos. Além disso, Jean Wyllys é gay e sempre sofreu ataques homofóbicos enquanto esteve no Brasil.
Reeleito em 2018, Wyllys não pôde exercer o seu novo mandato por causa das ameaças de morte. Desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, de seu mesmo partido (PSOL), as ameaças se intensificaram. Os criminosos insinuavam que Jean Wyllys teria o mesmo destino que a vereadora carioca. Apesar de ter que sair do Brasil, Wyllys deixou claro que não desistiria de lutar por seus ideais e pela comunidade LGBT+. Opositor intenso de Jair Bolsonaro, Wyllys agora continua a sua luta fora do Brasil com uma ampla bagagem educacional que se perpetuará em Harvard.