A agressão sofrida por Evandro Santo na sexta-feira (18) em Marília, no interior de São Paulo, levantou muitos comentários da comunidade LGBT+ na internet. Isso porque o humorista que foi agredido durante um show já posou em fotos ao lado do presidente LGBTfóbico Jair Bolsonaro (PSL). No entanto, diante das críticas, o artista afirmou que nunca apoiou o presidente.
Evandro realizava um show de comédia em uma casa noturna de Marília. Em meio a apresentação, uma brincadeira convidou o público a participar do show. Nessa brincadeira, o agressor, identificado como Pedro, deu um selinho em Evandro. Tudo parecia bem até que o artista se ausentou o palco para ir ao banheiro. Nesse momento, ele foi seguido por Pedro. Segundo o humorista, o rapaz lhe desferiu um soco no rosto minutos após estar no palco com Evandro. Assim como Pedro, uma moça também teria participado da brincadeira.
Denúncia
Na tarde desta segunda-feira, (21), Evandro Santo registrou Boletim de Ocorrência. A denúncia foi apresentada na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. Para isso o humorista compareceu à delegacia acompanhado de seu advogado e de um assessor de imprensa. Na ocasião Evandro mostrou seus ferimentos que aparecem na boca e no restante da face para jornalistas e fãs.
Segundo Evandro, Pedro, o responsável pela agressão, é ex-dependente químico. O ator informou que o rapaz tinha acabado de deixar uma clínica de reabilitação. Por outro lado, Evandro considera que isso não justifica a ação do rapaz que foi homofóbico. Por isso, o ator disse que “vai até o fim” com a denúncia pois alguém deve ser responsabilizado pela agressão.
Evandro comentou ainda sobre a ação de Pedro que o procurou nos bastidores. O humorista afirmou que o ocorrido poderia ser com qualquer outro humorista ou até mesmo com uma pessoa anônima. Evandro cogitou ainda que o rapaz faça parte de algum grupo influente da cidade, mas que mesmo assim deve pagar por seus atos.
“Homofobia não existe no Brasil”
Um dos motivos de críticas contra Evandro Santo após as agressões, foi uma declaração polêmica do humorista em 2018. Na ocasião ele trabalhava na Rádio Jovem Pan, no Programa Pânico, e por diversas vezes teria dito que “homofobia não existe no Brasil”. As declarações ganharam ainda mais repercussão pois foram veiculadas durante uma intensa disputa eleitoral na qual Jair Bolsonaro venceu.
“Todo mundo é agredido. Eu acho que o problema é o gay colocar sua sexualidade acima de tudo. O gay, antes de tudo, é um ser humano que por acaso é gay”, disse o humorista durante o programa.