A tradicional Procissão do Círio de Nazaré, em Belém, é uma das maiores procissões do Brasil em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. Durante a grande festa, a população LGBT+ local faz sua própria procissão, a Festa da Chiquita. Com as rezas típicas do Círio de Nazaré, a procissão LGBT+ faz uma grande festa no estilo carnavalesco.
Milhares de devotos foram às ruas. O público da Festa da Chiquita é formado por lésbicas, trans, gays, travestis e prostitutas que exibem suas vestimentas extravagantes. A festa começou no sábado e avançou até a madrugada de domingo com muito brilho, música, shows e demais manifestações culturais LGBT+.
Em referência ao Círio de Nazaré, a Festa da Chiquita começou em 1978, por iniciativa de Eloi Iglesias. De acordo com o fundador, o evento é “uma festa de marginalizados”. Além da comunidade LGBT+, heterossexuais também participam da festa de forma mais descontraída do que na tradicional procissão do Círio de Nazaré. “É uma festa do lado pagão”, diz Iglesias.
Nesse ano a festa contou com a participação da artista trans Leona Vingativa. Ela fez um belo discurso em prol da diversidade. De acordo com Leona, antes da fama, ela já se prostitui e enfrentou diversas adversidades. Além disso ela agradeceu a Deus e a Nazinha, apelido local para Nossa Senhora de Nazaré.
A edição deste ano da Festa da Chiquita, como de costume, teve uma homenageada. Dessa vez a artista contemplada foi a ex-dançarina e cantora Gretchen. A artista é muito conhecida por defender a comunidade LGBT+ e seu filho Tammy Gretchen que é transexual.
De acordo com Iglesias, essa edição da festa é mais política. Os participantes falaram sobre união, luta e aceitação diante desse novo governo, comumente pautado por LGBTfobia. Além disso, orientações sobre prevenção de HIV também aconteceram no grande evento.