Na quarta-feira (20), um casal gay de Curitiba foi preso sob a acusação de estelionato. Renan Correia Lemes e Hozeias de Jesus Batista são suspeitos de faturar mais de um milhão de reais com golpes, sendo dois deles contra um idoso e um homem inválido já falecido. Na sexta-feira (22), Hozeias conseguiu um habeas corpus e segue em liberdade.
De acordo com o advogado de Hozeias, Jorge Fayad Nazário, a prisão foi arbitrária. Nazário afirmou ainda que não defende o crime, mas sim o direito de seu cliente. O advogado entrou com o pedido de habeas corpus demostrando que as informações divulgadas sobre o crime deveriam ser melhor analisadas. Assim, o advogado afirmou que as provas são contestáveis e insuficientes. Fayad afirmou, por exemplo, que a acusação do golpe de um milhão é recente. No entanto, a vida de luxo ostentada pelos acusados é antiga.
De acordo com Fayat, o inquérito policial não é de todo embasado em provas materiais. A maioria dos indícios é oral, obtidos pelas afirmações de testemunhas. Aliás, o casal foi denunciado por 15 pessoas. O advogado afirmou ainda que as duas vítimas, o homem inválido e o idoso, passaram a administração de seus bens para os acusados de forma legal. Para isso, Fayat apontou documentos assinados pelas vítimas e legitimados por cartórios renomados.
O caso
Após a abertura das investigações impulsionadas por várias denúncias, a Polícia Civil chegou até o casal residente no bairro Cristo Rei em Curitiba. Renan e Hozeias devem responder por falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e estelionato.
De acordo com a polícia, os golpes já aconteciam há anos. Tudo era muito bem disfarçado e longe da polícia, até que o golpe em um idoso começou a levantar suspeitas. O idoso de 75 anos foi internado em um asilo em 2018. A internação foi acertada por outro homem sem nenhum vínculo familiar com a vítima. Após a internação, a família percebeu que os bens do idoso começaram a faltar.
Segundo o delegado Guilherme Dias, da Delegacia de Estelionato, o responsável pela internação do idoso tinha uma procuração. O documento cedia os poderes sobre os bens do homem que residia no asilo. Poucos dias após a internação, o carro e os móveis da casa do idoso foram vendidos. Por fim, o dinheiro das contas bancárias do homem também foi subtraído.
Além do idoso, o casal também teria vitimado outras pessoas. Uma delas foi um homem de 30 anos, aposentado por invalidez e que faleceu em 2018. Segundo a investigação, o homem deixou todos os seus bens para um dos acusados. No entanto, suspeita-se que essa documentação seja falsa. Segundo a polícia, um dos suspeitos reconhecia união estável com a vítima para ter acesso a posse dos seus bens.
Agora que os crimes foram descobertos, Renan ainda aguarda em reclusão. A polícia espera que mais vítimas apareçam e denunciem os acusados. A pena para os crimes do casal podem somar 20 anos de prisão se forem consideradas todas as infrações.