A homossexualidade na Nigéria é ilegal com base em determinações das leis locais. Assim como nesse país, outras localidades africanas também condenam a homossexualidade. Argélia, Burundi, Camarões e Congo são alguns dos países que punem as relações homoafetivas com multa e detenção. Em Djibuti e Gabão, a pena pode ser a morte.
Sob forte influência da religião islâmica, a Nigéria é mais um dos países africanos que pune práticas homossexuais. O islamismo se instalou no país no século IX. Hoje, boa parte da população nigeriana segue a religião e também os dogmas islâmicos que condenam a homossexualidade.
Na Nigéria a pena para homossexuais pode chegar a 14 anos de prisão. Além disso, a lei prevê chibatadas para pessoas que tiverem relações sexuais homoafetivas. No caso dos homens casados que tiverem relações gays a pena pode ser de prisão durante um ano ou apedrejamento.
População hostil
Além de sofrer perseguição das autoridades que obedecem as leis homofóbicas da Nigéria, os gays do país africano também temem a população. De comportamento conservador devido a religião a sociedade nigeriana não hesita em oprimir e violentar homossexuais. Outro agravante desse cenário é que a população é dividida entre islâmicos e cristãos. Os seguidores de ambas as religiões condenam a homossexualidade.
Uma das torturas realizada pela população é o uso de “colares”. Em Bauchi, estado nigeriano, as pessoas flagradas em práticas homossexuais são expostas publicamente. Embora devessem ser julgadas no tribunal, esses homens sofrem uma grande retaliação popular. Uma delas é o “colar”. A prática consiste em colocar a pessoa dentro de um pneu, amordaçá-la e colocar fogo em público. Esse é um dos motivos que explica a ausência de homossexuais nos tribunais, já que foram mortos antes de qualquer julgamento.
No ano passado, aconteceu um grande julgamento envolvendo 57 homens. O grupo foi detido em um hotel e acusado de promover uma “cerimônia gay”. Em 2017, mais 40 homens foram presos acusados do mesmo “crime”. De acordo com a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexos (ILGA), 90% da população nigeriana apoia a tortura contra homossexuais. O país é composto por uma forte oposição religiosa e, consequentemente, política. No entanto, a população é unida em prol da homofobia.