O Grindr, aplicativo de encontros para LGBT criado nos EUA e vendido há 3 anos para uma empresa de origem chinesa, anunciou ter aceitado proposta para vender os direitos do programa a uma empresa americana, após pressão dos Estados Unidos por motivos de segurança de dados.
Em um comunicado enviado à Bolsa de Valores de Shenzhen, na China, a especialista em jogos online Kunlun Tech dona do aplicativo informou que o acordo prevê a cessão de todos os 98,59% que possui, por um valor aproximado de US$ 608,5 milhões.
De acordo com informações do Wall Street Journal, a holding americana San Vicente Acquisition LLC, autora da proposta, foi favorecida pela pressão da agência federal dos EUA, que teria ordenado à Kunlun a venda do Grindr por razões de segurança.
A agência federal e o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS) alegaram que os usuários americanos do aplicativo poderiam ser vítimas de chantagem do governo chinês, uma vez que os dados sensíveis como orientação sexual e saúde estariam sob poder de uma companhia chinesa, a Kunlun Tech.
Isso porque desde 2017 a China criou uma lei que exige que as empresas do país cooperem com os serviços de Inteligência, quebrando o sigilo de dados de usuários.
O Grindr existe desde 2009 e afirma ter mais de 4 milhões de usuários por dia em todo o mundo.