Em sua biografia autorizada publicada este mês, na Alemanha, o papa emérito Bento XVI chegou comparar o casamento entre pessoas do mesmo sexo ao “anticristo”. O livro é assinado pelo ex papa e o cardeal guineano ultraconservador Robert Sarah. O objetivo era se manifestar sobre o celibato dos padres mas o papa pediu a retirada de seu nome da capa do livro, da introdução e das conclusões após alegar ser vítima de uma “distorção maligna da realidade”.
“Bento XVI – Uma Vida” inclui várias entrevistas. “O espetáculo de reações vindas da teologia alemã é tão equivocado e mal-intencionado que eu prefiro não falar sobre isto”, afirmou o religioso de 93 anos após a polêmica. “Prefiro não analisar as razões reais pelas quais as pessoas desejam silenciar minha voz”, completou.
O livro é considerado uma tentativa de interferência no pontificado do papa Francisco e um manifesto da ala tradicionalista da Igreja.
No livro, Bento XVI reitera sua oposição contra o casamento gay, e afirma que vê nisso uma a obra do “anticristo”, “uma força maléfica que busca substituir Jesus Cristo”. “Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade”, diz ele no livro que continua: “Acontece a mesma coisa com o aborto e a criação de vida humana em laboratório. A sociedade moderna está formulando um credo ao anticristo que supõe a excomunhão da sociedade quando alguém se opõe”.