A polícia federal deve ouvir o ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre declarações dadas ao jornal Estado de S. Paulo, publicadas em 24 de setembro deste ano. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou esta semana que a Polícia Federal marque o depoimento e estipule a data. A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação é de que o ministro cometeu o crime de LGBTfobia.
“Acho que o adolescente que, muitas vezes, opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato, e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, afirmou Milton Ribeiro, ao debater sobre aulas de Educação Sexual nas escolas. Segundo o ministro, as aulas são importantes para combater a gravidez na adolescência.
O ministro pediu desculpas pela declaração na época mas se recusou confessar o crime para não ser denunciado, conforme estipula o pacote anticrime, aprovado pelo Congresso no final do ano passado e que entrou em vigor este ano. Com a nova medida, funcionários públicos em exercício de função, que cometerem crimes com menos de 4 anos de detenção, podem cumprir medidas estipuladas pelo Ministério Público e assim evitar se tornarem réus, se confessarem o crime.