Bangay: Carnaval do Rio tem primeira escola de Samba LGBTQIA+ do Brasil

A Bagay, escola de Samba LGBTQIA+ do Rio de Janeiro surgiu no bairro de Bangu, Zona Oeste da cidade. Com trajes coloridos e muito samba no pé, a escola é a primeira de representatividade LGBTQIA+ do Brasil.

A fundadora e vice presidente da escola de samba é Sandra Andrea Dias Santos, que apesar de heterossexual, decidiu criar a Bangay como um espaço para seus amigos LGBT, carnavalescos de escolas de samba tradicionais do Rio de Janeiro, mas que até então só ficavam nos bastidores das atrações. Thiago Rosa, da Comissão de Carnaval da Bangay concorda com Sandra Andrea e afirma que as pessoas dos bastidores dos desfiles não têm tanto espaço no Carnaval nas escolas de samba tradicionais.

Antes de se tornar escola de samba, a Bangay começou como bloco de Carnaval. Porém as dificuldades financeiras são grandes e a escola precisa angariar doações para conseguir se manter em funcionamento. Além disso, os organizadores lembram do sofrimento e preconceito contra a comunidade LGBT nos desfiles do então bloco Bangay.

Sandra Andrea afirma ainda que o fato de o Brasil ter um presidente homofóbico também dificulta o trabalho da escola. As atitudes do presidente influenciam muita gente a violentar homossexuais e transexuais no Brasil. Sandra afirma ainda que tem o sonho de ganhar muito dinheiro com a Bangay e ajudar outros LGBT que não têm onde morar, além de colocar a escola de samba na Marquês de Sapucaí. Outro sonho de Sandra é ter um espaço próprio para ensaiar, já que as preparações para o desfile acontecem em um espaço improvisado, no quintal da casa da carnavalesca.

Nessa quinta-feira, 21 de abril, a Bangay desfilou no Grupo de Avaliação, que serve como uma seleção para novas escolas de samba oficiais do Rio de Janeiro. Outras 20 escolas também disputaram o título que obedece uma hierarquia de Série Prata, Bronze e Ouro.

 


 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa