A equipe do Delegado Olímpio da Cunha, da Polícia Civil de São Paulo, prendeu na tarde de quarta-feira, 25 de maio, o suspeito de matar o jovem gay de 29 anos Roger André Soares da Silva. O crime aconteceu em 21 de abril com requintes de crueldade, uma vez que o acusado teria usado até mesmo o sangue da vítima para desenhar cruzes na parede. Além disso, o assassino também deixou o corpo de Roger em posição de crucifixo. O suspeito foi encontrado em uma pousada na cidade de Urupês, no interior do estado de São Paulo.
Ao ser encontrado, o acusado pelo crime, que estava foragido desde então, se apresentou como Paulo Soares de Melo, mas a polícia descobriu que o documento era falso. A verdadeira identidade do homem de 36 anos não foi divulgada. Roger foi morto com mais de 30 facadas, teve o corpo posicionado em posição de cruz e seu sangue usado pelo assassino para desenhar três cruzes na parede do local onde o corpo foi encontrado. A polícia acredita que as cruzes simbolizam outros assassinatos cometidos pelo suspeito que possui outros crimes em sua ficha criminal.
Devido ao método criminal cheio de simbolismos, o delegado Olímpio reparou nas tatuagens do suspeito. O homem possuía dois desenhos: uma em alusão ao canibal Hanibal Lecter do filme Silêncio dos Inocentes e outra referente ao personagem Jason do filme Sexta-Feira 13. A polícia acredita que as tatuagens possam representar uma personalidade perigosa do suspeito. De acordo com um inquérito de um crime cometido pelo acusado na Paraíba, o homem teria confessado um assassinato a um familiar e dito que se sentia bem quando matava.
A polícia encontrou outros registros sobre o suspeito em que ele é acusado de crimes com arma branca e tentativa de homicídio na Paraíba. Nesse caso, a vítima que morava em Itaporanga também foi morta a facadas e teve seu sangue espalhado pelo local.
O crime
A empregada doméstica Jucimar Catarina Soares da Silva, conta com tristeza sobre a morte do filho Roger. A mulher afirmou que sempre soube que o filho era homossexual e o aceitava, embora tivesse muito medo de que o filho sofresse alguma violência fora de casa. Na noite do crime, em 21 de abril, por volta das 19 horas, Roger avisou que sairia para beber com uma pessoa em um bar próximo de casa, e a pessoa em questão seria o suspeito pela morte do jovem. A mãe disse que não conhecia o assassino.
Segundo apuração da Polícia Civil, Roger e o suspeito se encontraram no bar e depois tiveram uma relação sexual. A dupla teria se desentendido no local, mas logo depois o acusado chamou a vítima para ir até sua casa, onde morava de favor. A residência estava localizada a poucas quadras da casa de Roger, e era de propriedade do avô do suspeito, que estava viajando.
O avô do assassino entrou em contato com o neto, mas não obteve resposta. Preocupado, o avô mandou outras pessoas irem até a casa para ver se estava tudo bem, foi quando as testemunhas encontraram o corpo de Roger e uma cena de total horror. A vítima estava deitada no chão com as pernas fechadas e os braços abertos, numa cena que impressionou até mesmo os peritos. Os olhos de Roger foram arrancados, seu pescoço e tórax cortados e as mãos feridas indicam que a vítima tentou se defender. Jucimar afirmou que esteve no local, não viu o corpo do filho, mas observou que a residência estava lavada de sangue até mesmo pela parte de fora.
Roger era conhecido como um rapaz honesto e trabalhador. Inicialmente surgiram boatos de que o rapaz foi morto por envolvimento de drogas, o que foi imediatamente desmentido pela mãe. Jucimar afirma que o filho trabalhava na limpeza de um shopping e que tinha o sonho de cursar Geografia. O suspeito segue preso e deverá responder por este e outros crimes cometidos na Paraíba e Pernambuco.