Organizações LGBTQIA+ como Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) e ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), estão protestando em nome da ativista Keila Simpson. Presidente da Antra, a transexual foi deportada do aeroporto do México por problemas em seu nome social.
Neste domingo, 1º de maio, Simpson desembarcou no México onde participaria do Fórum Social Mundial, evento que celebraria 20 anos de existência reunindo ativistas de todo o mundo para buscar alternativas e soluções para a igualdade e democracia. No entanto, Keila foi impedida de entrar no país. A alegação dos agentes do aeroporto era de que a documentação da ativista fosse suspeita por não constar o nome social da transexual. Por isso, Keila precisou ficar algumas horas detida no aeroporto antes de receber ordem de deportação para o Brasil.
A advogada de Keila tentou alguns recursos jurídicos no México para evitar a deportação, assim como ativistas locais também prestaram apoio. Sem sucesso, Keila voltou ao Brasil no dia seguinte.
Keila conta que reuniu toda a documentação necessária para viajar. No aeroporto, entregou os documentos para os atendentes quando foi questionada sobre o nome social. A ativista denuncia ainda que precisou preencher outros documentos, que não foram pedidos para outras pessoas com o mesmo destino.
Segundo a Antra, o ocorrido com Keila foi um episódio de transfobia. Para a entidade: a retificação de nome social, apesar de garantida no Brasil, não é obrigatória. É preciso considerar aqueles que não conseguem retificar o nome por questões financeiras e burocráticas ou por não querer.
De acordo com a associação, o ocorrido no aeroporto fere o direito à identidade de gênero de Keila. A Antra, junto com outras associações esperam respostas do México e do Itamaraty que, mesmo contatado sobre o ocorrido, não prestou apoio.
Ativistas do Fórum Social prestaram solidariedade à Keila e deverão manter sua participação no evento de forma online. Ao mesmo tempo, a ativista pretende usar o espaço para denunciar o acontecido.