Na madrugada de 28 de junho de 1969, a artista lésbica Stormé DeLarverie dava início a um protesto que ficaria marcado na história da comunidade LGBT+. O palco da ação foi o bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, famoso por abrigar gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, drag queens e simpatizantes da luta pela diversidade sexual e de gênero.
No dia em que ficou marcado como do Orgulho LGBT, o Stonewall Inn sofreu um ataque de policiais. Na época, era considerado um crime as performances de gênero de drags e travestis, além de a opressão contra homossexuais ser muito forte. Na ocasião da revolta de 1969, Stormé foi agredida por um policial e reagiu com um soco, em seguida, foi levada para o camburão da polícia. “Vocês não vão fazer nada?”, foi o grito de DeLarverie que levantou uma multidão de LGBTs que enfrentaram os policiais.
Hoje, 53 anos depois da Revolta de Stonewall, a luta LGBT+ conquistou cada vez mais espaços. No entanto, ainda estamos longe da verdadeira igualdade. Segundo informações do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, 36 pessoas LGBTI+ morreram devido ao preconceito em 2021. Além disso, a homofobia só foi criminalizada nos últimos anos, em 2019, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mesmo com os elevados índices de violência. Já em 2011, o STF também decidiu pela legitimação da união estável entre pessoas do mesmo sexo, garantindo assim aos casais os mesmos direitos de casamentos heterossexuais.
Outro aspecto importante na luta para a representatividade LGBT+, foi a retirada, há mais de 30 anos, da homossexualidade do rol de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim com a transexualidade, ser homossexual já foi considerado uma doença. Essa patologização resultou em grande opressão para homossexuais e transexuais dentro do meio familiar e social. Até hoje, alguns psicólogos conservadores pressionam para que possam induzir seus pacientes homossexuais a virarem heterossexuais.
Para as pessoas trans, algumas conquistas garantiram mais cidadania para esse grupo. Hoje, é possível alterar o nome social nos documentos sem a necessidade de cirurgia ou hormonização. Além disso, algumas universidades já oferecem cotas e programas de empregabilidade para esse grupo. Assim, a luta contra o preconceito e a favor de mais espaços sociais vai se espalhando, mas ainda é preciso muito debate para que seja possível um Brasil sem violência sexual e de gênero.