Um surto na Europa que se espalhou rapidamente chama a atenção para a fragilidade da comunidade gay em todo o mundo. A varíola do macaco, ou varíola símia, originária da África, deixou a Organização Mundial da Saúde em alerta no final de maio. Embora após alguns meses o crescimento da doença seja visível, a OMS decretou esta semana que não se trata de uma emergência em saúde e descartou a vacinação em massa.
Não é uma doença sexualmente transmissível, mas tem se alastrado dentro da comunidade homossexual. O contato íntimo é um fator de grande contágio para o vírus da doença. Por ter uma baixa taxa de mortalidade, até agora apenas um caso fora da África, a OMS e os governos não têm dado a devida importância para o tema. Não há vacinas disponíveis pois a varíola, variante humana, foi dada como erradicada do mundo em 1977. Os testes são poucos e ainda se sabe pouco sobre a doença. O tratamento existe mas também é de difícil acesso e indicado apenas aos casos mais graves.
Se não mata, qual o perigo? Bem, a doença pode afetar as pessoas imunossuprimidas de forma diferente. Portadores do HIV podem sim ter sequelas como cegueira e deformidades. É uma doença dolorosa, o tempo de isolamento necessário é de 21 dias. É uma doença que cria um potencial de estigma tão forte que muitos preferem não falar sobre ela e seus efeitos na comunidade gay.
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai, segundo o site da Fiocruz.
O contágio se dá por contato com a secreção das feridas das pessoas infectadas, incluindo saliva, e pode ser direto ou indireto este contato. Como a maioria dos casos tem se dado entre homens que fazem sexo com homens, entende-se que a razão desta prevalência seja por conta de contatos íntimos e com múltiplos parceiros. O surto veio com as comemorações do mês do orgulho LGBTI, onde houve muito trânsito internacional e regional de pessoas.
Como se cuidar: evitando se relacionar com pessoas desconhecidas, evitando múltiplos parceiros e ambientes pouco ventilados e lotados.