O Dia do Orgulho lésbico marca um processo histórico de luta protagonizada por mulheres lésbicas que incentivaram até mesmo outras minorias. A data é marcada por um protesto contra uma agressão lesbofóbica da polícia, evento que ficou conhecido como “Stonewall Brasileiro”.
Em 19 de agosto de 1983, o Grupo Ação Lésbica Feminista (Galf) invadiu o Ferro’s Bar em São Paulo como protesto contra a proibição da venda do jornal ChanaComChana, de autoria do grupo. O jornal circulava entre os frequentadores do bar que eram comunistas e LGBTs, em maioria lésbicas, que se reuniam para debates e organizações políticas.
O protesto foi motivado pela atitude do dono do bar em chamar a polícia para proibir as reuniões e venda do jornal. A ação policial, numa época de ditadura militar, teria sido truculento.
Na ação de 19 de agosto de 1983, mulheres lésbicas lideradas pela ativista Rosely Roth, entraram à força no Ferro’s Bar. Durante os protesto, elas leram um manifesto contra a censura do bar e exigiram respeito à elas como mulheres lésbicas e que permitissem a venda do “Chanacomchana”. As lésbicas argumentaram ainda que elas era as principais clientes do bar. Assim, ficou marcado para essa data o Dia do Orgulho Lésbico.
ChanaComChana
O jornal ChanaComChana foi uma produção independente das mulheres lésbicas do Galf que circulou em São Paulo entre os anos de 1981 e 1987. Começado no final da ditadura militar, o jornal era de difícil circulação, até mesmo entre as lésbicas porque elas tinham medo de serem vistas com um boletim que denunciasse sua orientação sexual.
Foi então que a fundadora do jornal, Rosely Roth e Miriam Martinho, decidiram comercializar o ChanaComChana na frente do Ferro’s Bar. O conteúdo explícito do boletim, que falava exclusivamente sobre assuntos polêmicos sobre mulheres, como o relacionamento entre elas, legalização do aborto e violência policial contra lésbicas, fez com que o dono do bar tentasse censurar a venda. Por fim tal atitude gerou o manifesto que marca a data de hoje como Dia do Orgulho Lésbico.