Na noite de ontem, 22 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro foi entrevistado no Jornal Nacional da Rede Globo. Dessa vez ele não contou mentiras sobre a comunidade LGBT+, mas não deixou de proferir diversas outras inverdades como a afirmação de que em seu governo não há corrupção. Por outro lado, uma das grandes mentiras que o levou a ganhar as eleições de 2018, sobre o Kit Gay, voltou à tona nas redes sociais.
Nas últimas eleições para presidente em que Jair Bolsonaro venceu a base de fake news, uma das maiores mentiras inventadas por ele e seus seguidores foi sobre os homossexuais. Segundo Bolsonaro, as escolas estariam doutrinando os estudantes com uma cartilha denominada por ele de Kit Gay. Na época, o presidenciável chegou a levar o livro Aparelho Sexual e Cia de Hélène Bruller, em uma entrevista no Jornal Nacional. Na ocasião, o presidente afirmou que aquele seria um dos materiais usados para inserir assuntos de ordem sexual para crianças e adolescentes dentro das escolas brasileiras.
Na última quarta-feira, dia 17 de agosto, o deputado federal do PL Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, compartilhou em suas redes sociais um vídeo no qual aparece o livro de Bruller. Na legenda, o parlamentar acusou o conteúdo do livro de “doutrinação”. Na gravação, duas pessoas aparecem afirmando que a publicação foi distribuída nas escolas, o que é uma informação falsa. Em 2018 o “Kit Gay” foi usado para atacar o rival de Bolsonaro, Fernando Haddad (PT) e agora bolsonaristas trouxeram o assunto novamente com a mesma intenção, dessa vez contra Lula (PT), líder nas intenções de voto.
Ainda em 2016, antes mesmo da primeira candidatura de Bolsonaro à presidência, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), negou que houve a compra do livro de Bruller para distribuição nas escolas. Por fim, a Companhia das Letras, editora da publicação, também negou qualquer vínculo da obra com as escolas no Brasil.