Durante três anos, oito centros brasileiros testaram um enxerto retirado da mucosa do intestino do porco para tratar da doença de Peyronie- conhecida pela formação de placas fibrosas no pênis, que leva a uma curvatura do órgão quando ereto. O estudo constatou que o problema atinja cerca de 8% dos homens com mais de 50 anos, apesar de acontecer também em jovens. A curvatura pode chegar até 90 graus, causando problemas na relação sexual.
O problema pode desaparecer sozinho em cerca de 15% dos casos, mas também pode ser receitado remédios que nem sempre trazem resultados. Cerca de 30% dos casos necessitam de cirurgia para resolver o problema. Existem dois tipos de operação: a mais comum é reduzir o lado sadio do pênis para corrigir a curvatura, o que encurta o órgão em cerca de 1cm a 1,5 cm e a outra opção são colocados enxertos na placa fibrosa que podem ser de materiais como o pericárdio do boi ou a veia safena do paciente. O novo enxerto já é utilizado em outros procedimentos, como hérnias ou bexiga caída. Depois da cirurgia, a curva do pênis que era de 65 graus caiu para 10 graus, 90% dos pacientes disseram que a penetração ficou mais fácil.
Segundo estudo conduzido no Brasil, houve menos rejeição ao enxerto com o intestino do porco do que com outros materias utilizados, pois o tecido do suíno é biocompativel e forma uma espécie de rede na qual as células do próprio paciente crescem. A desvantagem é o custo, enquanto a safena é retirada do próprio paciente, o enxerto custa em torno de R$ 1.800.