A professora municipal Luma Andrade ganhou notoriedade nacional ao ser entrevistada pelo Fantástico, da Rede Globo, em maio de 2010. Luma é travesti e contou ao programa alguns detalhes de seu papel em relação à educação no estado do Ceará. No entanto, agora a professora coordena um grupo de pesquisa Centro Regional de Educação no Vale do Jaguaribe para a capacitação profissional de professores.
Segundo Luma, o corpo docente do Brasil não é preparado para lidar com questões de diversidade sexual dentro da sala de aula. Para ela, o número de professores que podem desempenhar um papel correto na hora da orientação aos alunos sobre como compreender a diversidade é irrisório.
“Falta uma reforma na formação desses profissionais, e falta a preocupação por uma formação contínua. Desde o campo do estágio, os profissionais precisam ser capacitados para um olhar como um todo sobre a escola. O trabalho do professor não se limita à transmissão do saber, tem que ir além, até a produção de saberes e o que os leva a essa construção: por meio das relações sociais”, disse Luma ao site Diário do Nordeste.
Hoje, mestra em Educação, Luma acompanha 26 escolas de 13 municípios no Ceará ajudando na capacitação de professores e gestores de Educação, além de participar do conselho de seleção de professores para as escolas municipais, inclusive uma em que ela foi discriminada ao concorrer a uma vaga por ser travesti. “Foi um momento muito emocionante”, conta ao portal Diário do Nordeste.