“Normalmente envolve um policial disfarçado que vai a banheiros ou parques e ficam por lá, manifestando um comportamento típico de quem busca por pegação. Olham, fazem linguagem corporal e dão dicas a indicar ao outro que estão procurando por este tipo de atividade. Os policiais provocam até que a pessoa se exponha ou toque no policial, e então elas são presas”, conta Cormican.
O advogado ainda alega que as batidas são feitas com base em denúncias anônimas, e não pode afirmar se é homofobia, mas que desconhece esse tipo de operação em casos héteros, ao ser perguntado se seria uma ação preconceituosa. “Em 15 anos que sou advogado criminal, eu nunca soube de eles usarem uma policial disfarçada se oferecendo para homens e prendendo quem concorda com isso”, polemiza o entrevistado.
Geralmente as pessoas são acusadas de dois crimes, de abuso – se tocarem o policial, após o policial pedir para não ser tocado, ou de atentado ao pudor, se ficarem nuas. O problema maior é que a maioria das pessoas não quer lutar contra isso judicialmente, e acabam aceitando penas menores, convertidas em multa, e vira uma situação vexatória.