O governo tem culpa em ao menos dois pontos. Em Maio, aprovou uma lei que proíbe a propaganda gay, supostamente para proteger menores de idade a comportamentos sexuais “não tradicionais”, dando recado claro da inferioridade da comunidade gay e criminalizando as manifestações públicas de idéias ou afeto de pessoas do mesmo sexo com multas e detenção. E agora vem fechando o cerco a imigrantes ilegais, construindo grandes campos de detenção para imigrantes sem documentação de permanência, especialmente vietnamitas e também sírios e egípcios – os imigrantes de origem eslava recebem melhor tratamento. Os tais campos abrigam centenas de pessoas que são mal alimentadas e vivem em condições precárias. Em um caso pontual no mês passado, o governo divulgou a imagem de um acusado de assassinato e afirmou que ele tinha aparência “não eslava”, o que resultou no mesmo dia em uma caça aos muçulmanos de pele escura e uma manifestação neonazista nacionalista.
Este semestre, um estudante Sul Africano foi vítima dos neonazistas “Okkupaj Pedofilyaj”, que posta na internet vídeos espancando homossexuais que enganam na internet e marcam encontros, muitos menores, acusando os de pedofilia e revelando que são gays, com endereço e nome, arrancados à força. Os rapazes humilham o negro e o fazem dizer “White Power” em um vídeo e raspam sua cabeça.
A mídia internacional não divulga estas informações e o governo russo trata o assunto como de pouca importância. Quem lá vive e não passa por essas situações acredita que são casos isolados. A internet traz estes exemplos interligados e mostra que a situação está claramente se complicando. Há muitas similaridades com o surgimento do nazismo na Alemanha, na década de 1930. Irá o facismo russo criar mais um capítulo vergonhoso na história da humanidade?
Veja uma das ações do grupo “Vagão Branco” nos trens de Moscou: