Fetiches são fantasias que muitas pessoas gostariam de realizar na prática sexual. Alguns são mais simples, como o fetiche por pelos, pés, axilas e orelhas. Há também os que exigem mais preparo, como os fetiches por profissionais uniformizados – policiais, bombeiros, soldados etc. Mas há aqueles que exigem grande intimidade entre os parceiros ou, em alguns casos, um profissional especializado ou alguém preparado para o que vai enfrentar para realizá-lo. É o caso da escatologia.
O sexo escatológico é a prática sexual que envolve fezes humanas ou excrementos de animais. O fetiche leva a diversos níveis e situações que podem ser complicadas se a pessoa não curtir a idéia. É desde praticar sexo oral enquanto a outra pessoa defeca (blumpkin), a penetração anal com o reto sujo até a ingestão de excrementos do parceiro. Banhar-se com a urina do parceiro ou parceira recebe o nome de chuva dourada. O número dois recebe o nome de chuva negra. Muitas pessoas também gostam de passar os excrementos e secreções pelo corpo. Os apreciadores deste sexo considerado sujo são chamados de pigs, ou porcos, em inglês.
O gosto pela prática, também conhecida por SCAT, foi até tema dos estudos de Freud. Para ele, as crianças têm, do 1º ao 3º ano de vida, a fase anal, quando o controle dos músculos do reto – esfíncter – é a grande sacada. Quem tem fixação nessa fase, pode desenvolver o gosto pela escatologia segundo o pai da Psicanalise. A teimosia e o masoquismo são sinais que aparecem nessa fase e podem representar a fixação anal. Dessa forma, há certa noção de fezes = presente = dinheiro.
Por ser uma prática bem incomum e incompreendida, é também uma das mais caras para ser contratada entre os profissionais do sexo, pois a maioria não aceita a prática ou cobra bem caro para realizar esta fantasia, com o argumento que requer muita preparação e tempo extra. Alguns cliente por exemplo gostam do parceiros com cheiros fortes, sem tomar banho por dias, ou ainda com a genitália não limpa propositalmente.
A escatologia é considerada um transtorno sexual, e entra na Psicologia como uma das diversas parafilias, que são caracterizadas por anseios, fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes e intensos que envolvem objetos, atividades ou situações incomuns e causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Na literatura brasileira, o tema foi explorado pelo escritor Rubem Fonseca, que publicou o conto Copromancia, sobre um homem que começa e ver os Mistérios do universo em suas fezes, na coletânea “Secreções, Excreções e Desatinos”.
O tema é um dos maiores tabus da sociedade em termos de sexo. O termo também denomina uma parte da Teologia que estuda os eventos do Fim do Mundo. Lembrando sempre que as hepatites A e B podem ser transmitidas pelas fezes humanas (isso inclui o cunilingue , beijo grego) e é possível se vacinar para a hepatite B.
Por motivos óbvios não ilustramos a reportagem com imagens reais.