Não é só a dengue que mata em Paranaguá. A travesti Vanessa, 35, de Paranaguá, foi morta na noite da última sexta-feira, dia 8, a sangue frio por um homem desconhecido que atirou em seu rosto e nuca e estava na carona de uma motocicleta. Militante local na prevenção de Dsts e Aids, cabeleireira autônoma, Vanessa foi morta no bairro Parque São João enquanto estava na calçada. Não se sabe o motivo. Não importa. Era uma vida. Uma vida que vale menos para alguns por se tratar de um LGBT. Uma vida marginalizada simplesmente por ser LGBT.
O PSOL local emitiu nota de repúdio ao crime e solidariedade aos amigos e parentes de Vanessa. Paranaguá, assim como outras cidades, vetou a discussão da questão de gênero e orientação sexual nas escolas, o que colabora para não educar a sociedade contra a homo e a transfobia.
As travestis e transexuais são as maiores vítimas deste preconceito assassino. Sem direito muitas vezes ao amor dos pais, a um emprego, tendo que conviver com a insatisfação com o próprio corpo e jogadas à marginalidade. Só em 2016 já tivemos quase 100 mortes de LGBT, a maioria destes crimes contra pessoas transgêneros.