Jogadora trans brasileira reestreia no Super Liga para ser a pioneira e fazer história mais uma vez

A goiana Tiffany Abreu, de 33 anos, será a primeira mulher trans brasileira a atuar na Superliga Brasileira de Voleibol Feminino. Nesta terça-feira, dia cinco de dezembro, a equipe paulista Bauru anunciou a contratação da atleta para a temporada de 2018. Tiffany já treina neste time desde julho deste ano, quando chegou do exterior para se recuperar de uma cirurgia na mão. 
“É um time guerreiro que luta muito e espero que possa ajudar e só somar a esta equipe tão batalhadora. A liga feminina brasileira é uma das mais fortes do mundo e o meu nível não é diferente de nenhuma das meninas. E sei que terei muitas dificuldades contra as quais terei de lutar para ajudar a equipe. Estou muito feliz com este acerto, pois, além de voltar a atuar no meu país, ainda vou estar mais perto dos meus familiares.”, declarou a jogadora que atuou pelo Golem Palmi da segunda divisão feminina italiana.
 
Antes da transição de gênero, Tiffany disputou a Superliga masculina no Brasil. Este ano a atleta recebeu fez história e recebeu permissão da Federação Internacional de Voleibol para competir entre mulheres pelo time italiano. A entidade antes exigia cirurgia de redesignação sexual. O Comitê Olímpico Internacional (COI), que no entanto dispensa a obrigatoriedade da cirurgia genital, também deu as devidas autorizações à Tiffany, desde que ela controle a testosterona. O atleta que não se encaixar nos padrões de testosterona pode ser considerado dopping e punido dentro do time. Embora com as devidas condecorações e autorizações, Tiffany ainda não tem data definida para estrear nas quadras brasileiras, pois precisa regularizar algumas questões documentais.
 
Tiffany, que já acompanhava os jogos brasileiros da Europa, se mostrou muito confiante e admiradora do time que a acolheu. Inicialmente, suas pretensões com o Bauru eram apenas treinos para que pudesse se recuperar melhor fisicamente da cirurgia que passou e depois voltar para os times europeus, mas ficou lisonjeada com o convite para fazer parte da equipe definitivamente. “Minha expectativa é ótima. Já tinha até esquecido como era jogar aqui no Brasil com o calor e a vibração da torcida brasileira.”, disse. A atleta relatou ainda que jogar no Brasil proporciona maior proximidade com seus familiares e que sempre foi recebida pelo povo brasileiro e seus torcedores de vôlei. 
A maior dificuldade da jogadora foi a readequação ao clima tropical do Brasil, uma vez que estava acostumada com o frio da Europa. A nova alimentação, típica da cultura brasileira também passou por ajustes, já que estava se recuperando da cirurgia. O novo time de Tiffany vai entrar em quadra no domingo, 10 de dezembro contra o São Cristóvão, no entanto, a atleta ainda não participará desta competição. 
 
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