Após a prisão do ativista LGBT Peter Tatchell, a Rússia foi palco de mais uma atrocidade contra essa comunidade. Dessa vez, um casal de turistas gays foi brutalmente agredido no primeiro dia da Copa do Mundo, em 14 de junho. Uma das vítimas, identificada como O. Davrius foi hospitalizado em estado grave.
Conhecido como um destino nada receptivo para os LGBTs, a notícia da agressão não é o primeiro caso de violação dos direitos humanos. Para o população residente no país não existe segurança ou amparo e muitos não denunciam as agressões LGBTfóbicas temendo ainda mais represálias.
O casal de turistas veio da França para acompanhar os jogos da Copa do Mundo em território russo. Os namorados embarcaram em um táxi na cidade de São Petesburgo quando foram violentados por dois homens. Os criminosos, identificados como Ismet Gaidarov e Rasul Magomedov, foram detidos. Além das agressões o casal ainda teve o dinheiro, cartões de crédito e celulares roubados.
A vítima O. Davrius foi encaminhada ao hospital. O rapaz apresentou ferimentos graves como lesão cerebral e uma fratura na mandíbula. O companheiro, que não teve o nome divulgado, sofreu apenas ferimentos leves. Esse caso de homofobia foi o primeiro registrado contra turistas na Rússia. O crime aconteceu no primeiro dia da Copa do Mundo, antes mesmo da primeira partida entre Arábia Saudita e Rússia.
Perseguição
Vários grupos de apoio aos LGBT têm sido perseguidos e recebido ameaças na Rússia. Além da prisão de Peter Tachell, que protestava contra o genocídio dos LGBT na Chechênia, outras organizações receberam insultos. O presidente da entidade Pride in Football, Di Cunningham, afirmou que recebeu várias mensagens anônimas de cunho ameaçador. As intimidações mencionavam tortura e morte de LGBTs e foram enviadas antes mesmo do começo da Copa do Mundo, quando Cunningham cedeu entrevistas à imprensa russa.
A ONG de direitos Human Rights Watch (HRW) já havia alertado a FIFA (Federação Internacional de Futebol) sobre os perigos de realizar a Copa do Mundo em um ambiente tão hostil para as minorias. A organização argumentou que a Rússia foi palco de diversas violações de direitos humanos por suas leis severas. A comunidade LGBT foi um dos assuntos abordados com a FIFA que se comprometeu com esse público. No entanto, a organização não consegue evitar situações como a violência homofóbica do primeiro dia do mundial.