SP: Festas de sexo gay sem camisinha colocam esforços pela prevenção ao HIV em xeque

Conhecidas como “bareback”, as festas gays que oferecem sexo sem camisinha estão fazendo sucesso em São Paulo. A expressão em inglês significa “montar a cavalo sem cela”, uma referência ao sexo sem preservativo. Os eventos acontecem com cada vez mais frequência e reúnem muitos adeptos. O interesse maior surge porque a regra principal da festa é entrar nu ou apenas com uma peça íntima, e o preservativo fica de fora.

O evento foi idealizado pelo empresário e designer de interiores Léo Dutra, de 41 anos. Suas festas reúnem geralmente duzentas pessoas em cada evento, por isso, o empresário já pensa em expandir para outras cidades. Dutra promove a festa através das redes sociais e em grupos de pessoas adeptas ao sexo sem camisinha. Muitos frequentadores são anônimos por não querer se expor como adeptos do “bareback”.

A festa começou em uma sauna gay de São Paulo e, com o crescente círculo de interessados em participar, Dutra viu uma possibilidade de lucrar com os ingressos do evento. Consequentemente, o empresário decidiu pesquisar casas noturnas interessadas em receber as festas sem camisinha e fez parceria com um clube no centro da cidade. Hoje, a boate Cabbaret do Leite é o ponto oficial dos adeptos do “bareback”.

O valor para entrar no evento é R$50. O clube oferece espaços privativos com camas e decoração escura e avermelhada. Alguns acessório para tornar o sexo mais interessante também estão à disposição dos clientes.

 

Risco

Uma pesquisa realizada recentemente pela Universidade Federal do Ceará demonstrou um aumento de contaminações por HIV. O estudo publicado pela revista internacional Medicine revelou um crescimento de 6% em relação à outra pesquisa de 2009. Realizado em doze cidades do Brasil, o estudo reuniu 4176 entrevistados que fazem sexo com homens e que estavam com HIV. O local com a maior taxa de infectados, 24,8%, foi a cidade de São Paulo, sede da Cabbaret do Leite.

O empresário Léo Dutra disse ao site UOL que entende a situação de risco com relação ao HIV. Dutra declarou que mantém campanhas de conscientização com folhetos informativos. A festa ainda orienta seus frequentadores a recorrem aos tratamentos de PrEP (profilaxia pré exposição) e PEP (profilaxia pós exposição). Segundo Léo, o que atrai os adeptos do bareback é também o risco de exposição à doenças, o que é um fetiche dos frequentadores. Um outro motivo que atrai os clientes da Cabbaret do Leite é a maior sensibilidade na penetração sem camisinha e levar o bareback como um estilo de vida, já muito praticado no exterior.

 

 

 

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa