O que fazer para seu filho não ser um homossexual infeliz

Redação Lado A 02 de Novembro, 2005 03h47m

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Esta semana, uma avó de um garoto de 6 anos me enviou um e-mail, dizendo que se preocupava com o neto que estava “estranho”. O menino era filho único e gostava de brincar de bonecas na escolinha, de vestir-se com as roupas da mãe. Falei francamente que nada destes “sintomas” indicam que a criança venha a desenvolver uma preferência sexual pelo mesmo sexo no futuro. Mas que muitas vezes criamos estas expectativas quando vemos dois meninos juntos ou em situações que a nossa sociedade machista dita como regra: meninas de rosa, meninos de azul, meninas brincam de casinha e meninos de carrinho. Garotos jogam futebol e meninas vôlei. É mais uma vez o nosso preconceito que vê maldade onde não existe. Crianças não possuem esta maldade.

O pior de tudo é que se a criança vier a se tornar homossexual, de nada os pais devem mudar seu comportamento, pois, ali continua a existir um ser humano necessitado de carinho, atenção com o futuro e que deve ser respeitado principalmente dentro de casa. O preconceito não deve começar dentro de casa e os pais devem aprender a explorar o mundo novo tanto para ele quanto para o(a) filho(a) gay, pois nele, por ser um mundo “paralelo”, existem muitas armadilhas.

Então, o que fazer? Aceitar, saber que quanto mais tempo demorar aos pais aceitarem esse desafio, mais estará comprometido o desenvolvimento de seu filho, que tanto amam.

Cuidado com as palavras, filhos homossexuais são mais sensíveis, pois, antes de você saber, eles passaram por um longo conflito interno. Não ameace, não invada a sua privacidade, respeite a vontade do jovem, apenas buscando identificar o modo mais prático e menos perigoso de seguir em frente, acompanhe seu filho.

Não diga que é possível mudar, é o mesmo que dizer que você não o aceita. Muito menos que preferiria ter um filho morto ou “drogado”. Homossexuais adolescentes enfrentam os amigos na escola, toda a sociedade e constantemente têm problemas com estresse. Ao invés de aumentar essa carga, tente dividi-la. Um a cada três suicídios de adolescentes no Brasil é em razão a sexualidade, perdendo nas estatísticas apenas para as drogas.

Se você não o aceitar, ele irá procurar apoio em estranhos ou nas drogas. Muitos homossexuais são apegados com seus amigos. Lembre sempre seu filho que ele deve ser sincero, a sinceridade é um valor que muito falta hoje em dia. E jamais o critique por ser sincero. Muitos pais se dizem amigos mas muitas vezes não entendem o significado desta palavra. Incentive os estudos, muitos homossexuais não conseguem encarar os xingamentos nas escolas. Se ele for afeminado, não o critique, ame seu filho da maneira que ele se sente bem.

Lembre-se, um homossexual pode ser muito feliz e ser um filho exemplar e trazer muitas alegrias. O apoio dos pais nesse embate contra o preconceito é fundamental. Esqueça os estereótipos de que gays são promíscuos, afetados, pervertidos, inconseqüentes… tudo isso são, muitas vezes, frutos de uma falta de base familiar.

Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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