Pobreza no primeiro mundo

O Canadá que você nunca viu

É falsa a idéia de que em países de primeiro mundo não existe violência, pessoas passando fome ou outros indícios de  problemas sociais. A onda de violência que tomou conta da cidade Paris no final do último ano, o desespero das vítimas do furacão Katrina, sem socorro, em Nova Orleans, entre outros incidentes, chocaram o mundo. Já o Tsunami e diversos terremotos na Ásia não parecem surpreender mais. A fome no continente africano parece comum, bem como a morte de imigrantes sulamericanos na fronteira americana.

Dentre os países com maior índice de desenvolvimento humano, pesquisa feita pela ONU para denominar os melhores países segundo a qualidade de vida de seus cidadãos, o Canadá liderou o ranking de 1995 até 2000 e hoje ocupa o quarto lugar da lista, tendo a Noruega, a Suécia e a Austrália os primeiros lugares. Embora seja apontada como uma nação sem grandes problemas, com uma taxa de desemprego em torno dos 6%, o país possui problemáticas típicas de países em desenvolvimento. Andando pelas ruas dos grandes centros pode-se notar que mesmo com altos seguro-desempregos, assistência social e programas contra pobreza (acredite, aqui eles fazem campanhas de doação de alimentos), ainda assim, muitas pessoas vivem nas ruas e passam fome.

Os pedintes aqui não são crianças. São muitas vezes pais de família ou andarinlhos. Na cidade de Vancouver, que tem a temperatura mais amena do país nessa época do ano, é impossivel determinar a quantidade de pessoas vivendo nas ruas. Nessa época do ano, por causa do frio, muitos vão para o oeste do país, fugindo do frio cortante. Na cidade de Toronto, uma metrópole, sem-tetos moram embaixo das marquises dos grandes conjuntos comerciais e aproveitam o vapor que sobe do sultuoso complexo subterrâneo para  se aquecerem. Lá embaixo, lojas aquecidas conectam todo o centro da cidade, enquanto na superfície os desafortunados ficam ao relento. É uma cena inesperada.

Mas a situação econômica parece ser de longe a maior preocupação das autoridades canadenses. Dias antes do final de 2005, um carro com dois homem dirigiu tiros contra a multidão que fazia compras na Younge Street, uma das ruas mais movimentadas de Toronto. Uma menina de 15 anos foi morta. Hoje, o local é ponto de homenagem à garota, vítima de uma violência crescentes nos subúrbios das grandes cidades do primeiro mundo. Fala-se em desarmamento. Tiroteios são comuns em algumas áreas das cidades. O tráfico de drogas é o principal motivo apontado.

Se tudo isso parece chocante, imagine ler um cartaz dizendo que milhares de crianças passam fome e têm a única refeição na escola. Parece Brasil demais. Embora suponha-se que tudo não passa de exagero, os fatos são reais. Agora, só basta acreditar que a globalização só espalhou a pobreza e suas mazelas (ou a verdade) antes, tida como realidade e monopólio do terceiro mundo.