Fantasma chamado Ex

Redação Lado A 07 de Abril, 2006 17h02m

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De todos os medos e aflições que rondam uma relação, nada assusta mais do que o personagem do ex-namorado. Amores mal resolvidos e ainda mais a presença de alguém que já esteve no lugar do atual, parecem desestabilizar muitos namoros por aí. A comparação é obrigatória? Como era o ex na cama? Por que terminou? Quanto tempo ficaram juntos? A competição com os anteriores é natural e o medo de perder esse jogo mais compreensível ainda. Parece até técnica de estatística que compara o mês atual com o do ano anterior.


Em cidades pequenas, encontrar o ex é parte do cotidiano ainda mais se freqüentarem os mesmos ambientes, como é no mundo gay. São poucas as opções de lazer e encontrar o passado é quase sempre inevitável. Mas será ciúme ou insegurança? Uma pessoa com um currículo vasto tem chance de ainda ser feliz no meio de tantos ex namorados? E quando eles se tornam amigos? O atual tem o direito de não querer a presença do “antigo proprietário”?


Segundo o site www.vaidarcerto.com.br, “O medo de perder a pessoa que você ama é perigoso, pois justamente este medo poderá afastá-los. Não adianta prometer, conversar, se não demonstrar por ações que está mudando.”


Há alguns que até defendem a existência dos “exs”, como Antonio Caetano, do blog cafeimpresso.com.br que chega a sugerir uma data comemorativa para os ex-namorados. “O dia dos ex-namorados seria algo mais “realista”, digamos assim. Não perderia em romantismo, mas teria um perfume de ironia: ninguém pode querer ser tudo – é o suposto.
Há esse ex libertador que te expulsa para fora, para o mundo e torna o ex-namorado. A garantia da intimidade sem o grilhão do compromisso – o pior já passou… O ex, aqui, não é passado, mas pedaço – algo que se soma. Falo, claro, dos ex-namorados “bons”.


Mas para alguns, ex-bom é ex morto (ex-morto ainda não existe, obviamente, salvo alguns casos de catalepsia). É tão verdade que muitos crimes passionais envolvem um casal e uma figurinha do passado. Muitas vezes o ex é o próprio assassino. É a cólera levada ao extremo, é a  possessão. Outras vezes, o atual não suporta a presença do concorrente e o tira do caminho.


Por isso, tenha mais cuidado quando se aproximar de um ex. Você pode estar sendo o fantasma daquela relação, que surge do nada e acaba levando a fama pela infelicidade dos pombinhos. Se você é o ciumento da relação, lembre-se: os seus fantasmas também podem aparecer. Mas o que vale lembrar é que ao juntar-se com alguém você precisa mesmo entender que o passado faz parte do pacote e o pacote tende a aumentar…


No fim, acho que concordo um pouco com o Caetano que foi citado. Ex só representa ameaça ou incômodo para o atual, o pior já passou e se você estiver solteiro pode representar uma boa amizade. Agora, se estiver com alguém que não tolera os seus “exs”, esqueça. Uma boa dica é não contar as intimidades e conservar aquele ar de puro e inocente… “foram apenas alguns beijinhos”.

Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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