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PAI – esta palavra nos remete à: proteção, força, carinho, amor, alguém sempre presente com quem podemos contar, pessoa de extrema importância em nossas vidas. Aquele que nos alimenta física e emocionalmente, enquanto dependentes.
Como em todos os casos há exceções, pais que não souberam ser pais, que não tiveram o privilégio de amar, e serem chamados de PAI.
Mas hoje, estou falando dele, o CARA, o PAI verdadeiro.
E o que falar do pai de um homossexual? Aquele homem que criado no modelo machista, que se orgulhou quando nasceu seu filho, para que continua-se seu nome, sua família; ou sua filha, a princesa, criada cheia de mimos , que ele um dia levaria ao altar.
Mas ele mesmo tendo criação e princípios rígidos, impostos pela sociedade, ao saber que um de seus filhos é gay, reagiu corajosamente , mesmo sentindo de imediato o coração partido, sua vida sem perspectivas, parou, pensou e numa atitude surpreendente, e corajosa, chamou seu filho e saíram pela cidade;
Passaram nas ruas onde ficam os travestis aguardando programas, passaram em boates GLS, onde haviam drags, desempenhando suas funções, lindas montadas em seus shows exuberantes… Viram um grupo de rapazes insultando, desrespeitando alguns gays que simplesmente andavam na rua seguindo seu caminho como se nada tivessem ouvido, para se preservarem.
Passaram em praças onde ficam mixes, meninos de programa, onde também rolava drogas de tudo que é tipo. Na manhã seguinte saíram novamente, e passaram em empresas, bancos, hospitais e viram muitos profissionais, notadamente homossexuais, alguns atá poderiam ser os mesmos da noite anterior, estavam desempenhando criteriosamente suas funções sociais como qualquer pessoa, tendo respeito e aceitação de todos, e ainda viram muitos casais gays felizes.
Ele mostrou ao filho e a ele mesmo, o que teria de ser enfrentado, sem imaginar que o filho já havia passado por muito problemas de preconceito e discriminações, e disse:
“Filho querido, se eu pudesse mudaria sua situação, mas como sei que não pode ser mudado, saiba que você será sempre meu filho amado, e que agora que você se encontrou, que você tenha paz e felicidade, pois mesmo sabendo de todas as dificuldades que terá que enfrentar , sinto você corajoso e forte, e saiba que sua sexualidade não é o importante pra mim em sua vida, mas sim o ser humano maravilhoso, correto que sei que há em você, me orgulho de você.” E se abraçaram.
Isso foi uma história real, como tantas que acontecem todos os dias. Ser feliz é possível, com amor.
Beijos a todos
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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