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Década de 80: os anos mais gays de todos

Redação Lado A 19 de Março, 2009 11h06m

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Qual seria a relação dos anos 80 com a comunidade gay? Talvez seja pelas cores exóticas e acessórios marcantes, ou ainda quem sabe, por ser uma década de livre expressão, na qual as pessoas mostravam com orgulho seus pensamentos e atitudes, longe de barreiras e farsas. Se a palavra gay significa alegre, com certeza os anos 80 foram os mais gays de todos!


Motivo de muitas festas espalhadas pelo país, os anos 80 estão de volta e cada vez mais com um número maior de admiradores desta época considerada por muitos de ouro. Roupas espalhafatosas, muitos acessórios como brincos, colares e cintos, além de faixas e bandanas faziam o look da época. Duas figuras do cenário artístico nacional faziam parte deste contexto, não tão somente faziam como inspiraram muitos outros que vieram depois. Um deles era Sidney Magal com suas roupas coloridas, rebolativo, coreografias bem marcadas, era sem dúvida sucesso por onde passava. Outra não menos famosa era Gretchen, com modelitos justos e ao som de “Boom boom, freak le boom boom”, rebolava até o chão, fazendo muitos homens perderem o fôlego. Talvez a “não preocupação” destes artistas com rótulos e preconceitos já na época, tenha sido forte aliada para esta ascensão dos anos 80 no mundo atual. De fato, as pessoas tornaram-se menos preconceituosas e porque não dizer, mais felizes.


Quem ainda não brincou com um Atari, ou se divertiu ouvindo grupos como Menudo, Dominó, com suas roupas exóticas e faixas na cabeça, ou ainda enlouquecendo com um Genius e suas cores alucinantes. Impossível não levantar toda manhã e ver a “rainha Xuxa” descer da nave com roupas espalhafatosas, botas de cano longo e um cabelo inconfundível. Feita a apresentação, o café da manhã era muito mais gostoso com aquela música no ouvido que insistia em nos perguntar… Quem queeer pão? Quem quer pão, quem quer pão… Que está quentinho… Na realidade parece que tudo realmente tinha mais graça. As pessoas se entusiasmavam mais com as notícias, exigiam mais seus direitos, iam às ruas, gritavam e se faziam ouvir. As pessoas tinham um ideal e buscavam por ele.

Tão significante quanto as bandas musicais e seus respectivos integrantes, ou ainda os brinquedos inocentes daquela época, foram a novelas. O Brasil praticamente parou para assistir Selva de Pedra, A gata comeu, ou quem sabe a mais famosa de todas elas, Roque Santeiro, novela de Dias Gomes e Agnaldo Silva que havia sido censurada já em 1975 por conter cenas muito modernas pra época, sendo sua estréia no ano de 1985. Quem no país não parou para assistir o defecho do triângulo amoroso vividos pela viúva Porcina, sinhozinho Malta e o próprio Roque Santeiro, interpretados pelos atores Regina Duarte, Lima Duarte e José Wilker respectivamente.

Bem mais do que marcar uma época, os anos 80 foram e ainda são considerados uma década de ouro. O que para muitos não passa de cultura inútil, brega, trash, seja como for à expressão utilizada, para outros é a história de uma vida, época de fazer e acontecer! De fato, o que sabemos hoje é que sendo modismo ou não, a geração 80 marcou território e muito longe de acabar, pelo jeito esta moda veio pra ficar. Bom para matar as saudades desta década cult e gay total!


 


 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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