Hoje, 1 a cada 3 portadores do hiv na América Latina vive no Brasil, segundo relatório da ONU sobre a Aids, divulgado este mês em Genebra. As mulheres são cada vez mais infectadas, principalmente as de baixa renda e escolaridade. No encontro, foi cobrada uma postura mais assertiva do país com os usuários de drogas injetáveis e foi ressaltada a importância dos programas brasileiros de combate e tratamento gratuito, modelos para o mundo.
No planeta, hoje, mais de 39,1 milhões de pessoas vivem com o hiv, metade delas na África. As mulheres representam, atualmente, nos novos casos, 47,3% do total de adultos com HIV. 3,1 milhões de pessoas já morreram por causa da epidemia.
Entre 96 e 2006, no Brasil, o crescimento da incidência do vírus HIV entre homossexuais e bissexuais de 13 a 24 anos foi de 24% para 41%. Entre as mulheres, o aumento de casos foi parecido, o mesmo para gays entre 25 e 29 anos, de 26% para 37%. Já entre 30 e 39 anos, houve uma diminuição do número de novos casos, de 30% para 28%.
Um cálculo cruzando a estimativa da população homossexual sexualmente ativa como 3,2% (percentual coletado em uma pesquisa com jovens da UNESCO que deu apenas 1,5 milhão de pessoas homossexuais no país) pelo número de casos, chegou-se ao número de 226,5 casos a cada 100 mil habitantes, o que dá um número 11 vezes maior que a média da população em geral (19,5/100 mil habitantes). Se utilizassem o dado de 10% da população como sendo homossexual (4,5 milhões de pessoas), percentual sugerido pelo Relatório Kinsey, pioneiro na abordagem da sexualidade humana, teríamos aproximadamente 72 casos a cada 100 mil habitantes. Ou seja, a população homossexual não teria mais que do que três vezes o risco acrescido. Isso sem levar em conta o grau de população testada entre as populações. Em todo caso: camisinha sempre.
