Alunos da UFPR preparam manifestação contra a homofobia após ataque

Foto: Vinicius Ferreira

Após 10 dias da agressão de um dos alunos de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná, dezenas de estudantes participaram nesta sexta-feira, 03/04, de uma reunião para traçar ações em resposta ao incidente. No dia 23 de março, um universitário de 23 anos regressava a sua casa no bairro Alto da XV, quando foi abordado e covardemente espancado por um grupo de skinheads em uma ação claramente homofóbica. Assustado, ele não quer se expor nem falar sobre o assunto com a imprensa, mas registrou o ocorrido.

Com apoio institucional de diversos grupos e da própria universidade, o movimento estudantil da UFPR convocou a reunião que foi amplamente divulgada durante a semana. A agressão era assunto corrente nas rodas de conversa e ganhou destaque ao ter uma matéria no jornal Gazeta do Povo, contando o incidente. O anfiteatro 900 do prédio Dom Pedro II ficou lotado e os estudantes deram suas opiniões para formato das ações e foco.

Os presentes concordaram que a homofobia está presente em todas as pessoas e que é preciso um trabalho de conscientização permanente. Foi levantado que muitos profissionais saem com o diploma das universidades mas ainda vão ao mercado de trabalho cheio de preconceitos. Para tanto, seminários, cartilhas, cartazes e manifestações serão organizados ao longo do ano, dentro e fora da universidade. Sobre como será o protesto imediato não houve consenso, mas escolheram dois dias para realizar o evento, logo após a Páscoa. Será na quarta-feira, 15 de abril, em frente a algum órgão público para cobrar Justiça ao caso do colega e no sábado, 18 de abril, na Rua XV de Novembro, para conscientizar a população dos males do preconceito.

O rapaz agredido não compareceu a reunião. Segundo a família, ele passava pela primeira cirurgia plástica que precisa no momento do encontro. Na reunião, destaque para a presença de muitos alunos gays e trans da UFPR e alguns professores.