Padres argentinos pedem a aprovação do casamento gay

Com o texto “Ponderações ao debate de modificação à lei de matrimonio civil”, um grupo de sacerdotes de Córdoba, na Argentina, do Grupo Sacerdotes Enrique Angelelli, se manifestou a favor do casamento gay no país, um dia depois de uma marcha que pedia a não aprovação da lei que criará o casamento gay no país portenho.

Com uma carta dizendo que Jesus nunca condenou os homossexuais, um grupo de religiosos católicos argentinos, liderados pelo sacristão Nicolás Alessio. “Ante a possibilidade de uma lei que permite a pessoas do mesmo sexo ser “matrimonio” e viver profundamente o amor e a sexualidade, entendemos que aprová-la, acompanhá-la e aprofundá-la nos coloca no caminho do Evangelho de Jesus. Um Jesus que nos revelou o rosto amoroso de Deus. Nem necessariamente e nem sempre, a igreja oficial, e suas opiniões, coincidem com o Evangelho. Este tema é um desses casos”, diz a carta aberta do grupo que homenageia com seu nome um religioso argentino assassinado durante a ditadura militar e desafia a condenação dada pelo Papa Bento XVI ao casamento gay.

O texto evoca o modelo do Jesus e o Novo Evangelho e clama por um exemplo de inclusão que possa colaborar com que os homossexuais tenham uma vida digna. O texto conclama o amor, a diversidade e a pluralidade, de forma inclusiva e cristã.

O texto começa com três citações belas, retiradas do Evangelho:

 “Deus é amor, e aquele que permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele”
São João

“Deus é espírito e onde está o espírito está a liberdade”
Epístola de São Paulo aos Coríntios

“Não há diferença entre o judeu e o grego, escravo e o homem livre, entre o varão e a mulher, porque todos vocês são filhos de um só Jesus Cristo”
Epístola de São Paulo aos Gálatas