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Câmara dos Vereadores de Curitiba recebe comunidade gay e debate homofobia

Redação Lado A 11 de Maio, 2011 22h39m

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Hoje, 11 de maio, a Câmara dos Vereadores de Curitiba teve uma sessão chamada de “Tribuna Livre” em que militantes do movimento gay participaram de um debate para comemorar o Dia Municipal de Combate a Homofobia, que será no próximo dia 17 e que faz parte do calendário oficial do município. A lei que cria o dia foi aprovada pelos vereadores em 2007, após a proposta do vereadora Julieta Reis ter sido vetada pelo então prefeito Beto Richa. O veto acabou derrubado pela Câmara.


Todos os 11vereadores que permaneceram na casa fizeram uso da palavra, depois dos militantes explanarem o tema. Compuseram a mesa a vereadora professora Josete, que solicitou a audiência, a vereadora Julieta Reis, que presidiu a sessão, além dos militantes do movimento gay Toni Reis, Marcio Marins e Rafaelly Wiest. E também a professora da UFPR, doutora em educação, Araci Asinelli, que afirmou, como educadora e mãe, espera deixar um mundo melhor para seus filhos e netos e que a luta contra a homofobia é de todos.


Foi lembrado durante o evento a aprovação da união estável homoafetiva por unanimidade no Supremo Tribunal Federal, na semana passada, e ainda as dificuldades que a população homossexual enfrenta, além dos índices altos de assassinatos em razão da orientação sexual. Toni Reis, que é presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), apresentou brevemente o histórico da entidade e a conjuntura nacional e mundial da homofobia. Rafaelly, presidenta do Grupo Dignidade, contou como foi sua história e falou do drama vivido pelas travestis e transexuais, que não encontram empregos facilmente e acabam na prostituição, além de serem vítimas da violência e preconceito nas escolas, o que limita suas capacitações.


Um dos momentos mais emocionantes foi a fala do vereador Jorge Yamawaki, 69 anos, que confessou que a homossexualidade era um tabu em sua casa e que hoje ele entende as diferenças. “Peço desculpas se em algum momento da minha vida eu agi errado”, afirmou o vereador que ainda disse que os gays “também são obras de Deus”.


Com baixa presença de vereadores, mas com muitas falas de apoio a igualdade de homossexuais, foi lembrado ainda a importância de um estado laico, sem uma religião oficial, como lembrou o militante Marcio Marins, organizador da Parada de Curitiba e presidente do grupo Dom da Terra. A sessão seguiu por quase duas horas e terminou com a impressão de que, aos poucos, Curitiba assume seu papel de cidade moderna, de fato.

Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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