ABGLT lança campanha para que adolescentes denunciem bullying homofóbico

A Associação Brasileiras de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) lançou na semana passada uma campanha que tem por objetivo estímular crianças e adolescentes a denunciar o bullying homofóbico nas escolas. “Se você é um/a estudante LGBT e foi vítima de nullying homofóbico ou qualquer outro tipo de agressão física ou simbólica na escola, denuncie”, diz o texto da iniciativa.

De acordo com a Associação, muitas crianças e adolescentes já procuraram a ABGLT para denunciar algum tipo de violência ocorrida no ambiente escolar. A última delas, divulgada amplamente pela rede social Facebook, foi enviada diretamente ao presidente da Associação, Toni Reis. O e-mail, enviado por um aluno de 15 anos da escola Onofre Pires, da cidade de Santo Ângelo (RS) continha o relato de violência que o estudante vinha sofrendo e um desesperado pedido de ajuda. “Tenho 15 anos sou homossexual, sofro agressão e sinto que ninguém gosta de mim e que a única solução pra mim é me matar”, afirmava o adolescente. O e-mail foi encaminhado por Toni Reis para diversas autoridades e o caso já está sendo resolvido pela escola.

A pesquisa Juventudes e Sexualidade, da Unesco, realizada em 13 capitais brasileiras e publicada no ano de 2004, revelou altos índices de preconceito nas escolas. Quando os alunos foram perguntados sobre quais pessoas eles não gostariam de ter como colega de classe, aproximadamente 25% indicaram que não gostariam de ter um colega homossexual, sendo que os percentuais extremos dessas respostas ficam entre 30,6% (Fortaleza) e 22,6% (Belém), o que corresponde em números absolutos a 112.477 (Fortaleza) e a 43.127 (Belém). Além disso, o preconceito não é presente somente nos alunos, pois ainda segundo a pesquisa, 47,5% dos pais em Fortaleza e 22,2% dos pais em Porto Alegre não gostariam que seus filhos tivessem homossexuais como colegas de classe.

A campanha indica que as vítimas denunciem as agressões por meio de boletim de ocorrência (BO) e também no disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além de informar a própria ABGLT pelo e-mail presidencia@abglt.org.br, para garantir que o caso seja acompanhado.