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Caso de gêmeo morto na Bahia por andar abraçado com o irmão exemplifica a bestialidade da homofobia

Redação Lado A 28 de Junho, 2012 16h58m

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Oito homens atacaram covardemente os irmãos gêmeos univitelinos José Leonardo e José Leandro da Silva, de 22 anos no último domingo, em Camaçari, na Bahia. Os dois irmãos estavam abraçados, após irem a uma festa junina, quando foram abordados com violência por um grupo de rapazes que desceram de um microônibus e passaram a agredi-lo, chamando-os de mulherzinha. José Leonardo foi morto com pedradas e chutes. Seu irmão sobreviveu para contar a história de violência gratuita e sem justificativa.

Classificado como “Caso dos mais graves e emblemáticos dentre os mais de 3500 homocídios registrados no Brasil nos últimos 30 anos” pelo militante e doutor em sociologia Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia, é mais um caso claro de homofobia generalizada, que atinge não só gays mas também aqueles que parecem homossexuais. 

À TV Bahia, José Leandro, sobrevivente ao ataque, contou: “A gente foi agredido por chute, murro, soco. Aí eu perguntei o que foi. “É duas mulherzinhas”. Chamavam a gente de “mulherzinhas”. Eu acho que é a homofobia que está surgindo no mundo aí, que homem não pode sair abraçado com outro homem, pai não pode abraçar um filho. Quero que a Justiça vá até o fim. Meu irmão era minha alma gêmea. Trabalhava junto, a gente saía, a gente se divertia junto. Foi uma perda muito grande. É uma dor que eu nunca vou superar”. Leandro teve ossos da face afundados por causa da violência do ataque. Seu irmão sobreviveu algumas horas e chegou a ser socorrido mas não resistiu aos ferimentos. Leonardo deixou uma namorada de 15 anos grávida de 3 meses.

Os suspeitos do crime foram detidos pela Polícia Rodoviária e levados para a 18ª Delegacia (Camaçari). Douglas dos Santos Estrela, 19; Adriano Santos Lopes da Silva, 21; e Adan Jorge Araújo Benevides, 22, foram autuados por homicídio qualificado e formação de quadrilha. Diogo dos Santos Estrela, outro suspeito, está foragido. Os suspeitos alegam que houve uma discussão e foram ameaçados, e negam que a razão tenha sido homofobia.

 

 
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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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