Os partidos com tradição na luta pelos direitos humanos não participaram da eleição do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na manhã desta quinta-feira, dia 07. O ver que a bancada evangélica garantiria a indicação do Partido Social Cristão, deputados militantes das minorias saíram da votação após manifestarem publicamente sua indignação e baterem boca com deputados evangélicos. O dia será marcado pela vergonha em que um religioso prepotente, homofóbico e racista assumiu a importante Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara dos Deputados.
Com 11 votos a favor, maioria da bancada evangélica, um em branco e esvaziamento do plenário por parte dos deputados do PT, PSol e outras siglas, do total de 18 votos possíveis, Marco Feliciano foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos. O clima de revolta continuou após a votação nos corredores da Câmara. Dentro do Plenário 14 permaneceram aqueles que parabenizaram o deputado que na semana passada defendeu sua candidatura se comparando ao pastor negro Martin Luther King, por também ser cristão e lutar pelos direitos humanos.
Marco Feliciano chegou ao cargo depois que o PT abriu mão da comissão, sobrando assim ao PSC indicar o líder do grupo que irá gerenciar as pautas da pasta. Há anos os evangélicos se infiltraram na comissão, que atende violações de homofobia, questão a qual os evangélicos discordam muitas vezes por não ver a sexualidade não heterossexual como direito humano. O pastor presidente já afirmou que uma das suas prioridades será andar com um plebiscito para barrar o casamento gay no país, o qual defende que seja apenas entre homem e mulher.
