Com platéia praticamente toda formada por fiéis evagélicos, que chegaram de manhã para ocupar quase todo o plenário, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) presidiu sua primeira sessão na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara na tarde desta quarta-feira, dia12. Com presença de deputados a favor e contra o novo presidente batendo boca e torcida dos dois lados, a reunião no plenário 9 foi tensa. Feliciano deixou a sessão sob escolta dos seguranças da Câmara e protestos dos manifestantes que ocupavam os corredores.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) pediu uma questão de ordem alegando que não havia quorum para abrir os trabalhos e se negou a chamar Feliciano de outro modo, senão de “pastor”. O pedido foi negado e não foi realizada a contagem regimental. O ex presidente da comissão, Domingos Dutra (PT-MA) quase partiu para cima do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) a quem acusou de mostrar o dedo para a deputada Erika e ainda de debochar da comissão. Entre vaias e aplausos, Feliciano abriu os trabalhos.
“Neste momento importante para a nação brasileira, onde iniciamos os trabalhos deste ano, nesta douta comissão, peço a todos e a todas que se alguém se sentiu ofendido por alguma colocação minha, em qualquer época, peço as mais humildes desculpas e coloco meu gabinete à disposição para dirimir quaisquer dúvidas”, afirmou o deputado. Ele reforçou que não cederá a pressões para deixar o cargo. A afirmação de que continuará na condução dos trabalhos do colegiado foi feita após pedido do líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), para que ele renunciasse à função.
Feliciano também retirou de pauta discussões polêmicas de projetos seus que estavam previstos para o dia de sua estréia na presidência da Comissão. O dia foi voltado aos encaminhamentos, vários deles do próprio deputado. A comunidade LGBT não teve nenhuma pauta e não se sabe a nova data de votação do polêmico projeto de Feliciano para criar um plebiscito sobre o casamento gay do país.
Foto: Agência Câmara / Alexandra Martins