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Quem não sabe o que é amor, só pode odiar

Redação Lado A 12 de Junho, 2013 20h48m

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Como tem gente odiosa no mundo, que não é feliz, que não tem consideração pelo outro. Bem, todos nós conhecemos muita gente assim mas por que elas não amam ou se amam, ou porque elas passam a odiar e a querer o mal do outro, ou a serem indiferentes? A gente sempre diz que essas pessoas são mal resolvidas, mal amadas, mal comidas, sem boa autoestima e ainda inseguras, e todas estas teorias podem estar certas.

Para o psicanalista britânico Donald Winnicott, a personalidade é criada ainda na infância. Ele quem concluiu em seus estudos no pós guerra que o brincar nos primeiros anos de vida auxilia na construção da identidade pessoal. Hoje, educadores se baseiam em seus estudos e sabem que os estímulos para uma personalidade estável devem ser criados na primeira infância.
 
A amamentação e o afeto materno são outros pontos dos estudos de Winnicott. O “desenvolvimento emocional primitivo” tem papel fundamental no adulto.Outro estudo americano na África revelou que a forma de manifestar afeto e o ódio é cultural. Crianças de uma tribo pacifista de coletores que eram amamentadas pela mãe até longa idade foram comparadas a uma tribo vizinha em que as crianças eram amamentadas por leite de cabra em peças de barro e não recebiam carinho para se tornarem guerreiros que chegavam a comer o corpo dos guerreiros adversários a fim de se apropriar das qualidades do oponente. A pesquisa revelou que as crianças aprendiam a amar e a odiar desde cedo.
 
Em ambos os casos, as crianças desenvolveram personalidades de acordo com o grupo, e não com suas próprias crenças, sendo imputada pela cultura do grupo. O aconchego, percepção, proteção e alegria, por via de regra fornecidos pela mãe, são partes importantes do desenvolvimento humano. Por isso de pessoas sem senso de humor, não criativas, que não se colocam no lugar do outro, ou seja, as mal amadas.
 
Diz a lenda, que pessoas nascidas durante os meses frios são mais emotivas do que as nascidas em meses quentes, reflexo seria o afeto e proteção dedicada dos pais. Mas é uma teoria sem fundamento, mas que às vezes bate com o horóscopo. 
 
Há também a questão hormonal. A adrenalina e a endorfina, conhecidos e importantes moderadores do humor, se manifestam tanto no amor quanto no ódio. Sensações estas que vem acompanhando a evolução da humanidade. Talvez quem não sabe liberar endorfina com o amor, sexo ou uma boa corrida, se sinta satisfeito em produzi-la depois de um barraco, golpe ou traição. Então se você se depara com injustiças e pessoas que não mostram a menor capacidade de demonstrar solidariedade, não culpe o mundo capitalista ou o fato da pessoa ser estressada. A ela falta ou faltou amor. Mas nada de sentir pena. Se afaste e deixe a vida ensinar a pessoa a viver. Afinal, o ódio e o estresse são venenos mortais para a saúde.
 
Redação Lado A

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Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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