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Gusttavo Lima faz brincadeiras homofóbicas durante show e é acusado de preconceito

Redação Lado A 25 de Junho, 2013 22h47m

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O Grupo Gay da Bahia não poupou críticas ao cantor Gustavvo Lima que abriu o São João de Porto Seguro, na Bahia, nest edomingo. Após o show na Passarela do Descobrimento, com mais de 60 mil pessoas, o cantor foi acusado de homofobia por brincadeiras que fez no palco. Enquanto cantava a música “Piradinha”, o cantor se virou a dois integrantes de sua banda e disse que eles desmunhecavam. O cantor ainda praticou bullying com um fã e disse “tênis verde! Isso não é coisa de homem”. Lima ainda falou da corrupção no país.

“Penso que o cantor, por ter um visual gay, expressado pelo corte de cabelo, gestual cênico, uso de roupas coladas ao corpo, camisa baby look, por isso ele reproduz esses preconceitos como uma possível forma de se afirmar como homem”, afirmou em nota do GGB, Marcelo Cerqueira, presidente da entidade.

“São desnecessárias essas patacoadas cênicas de Gusttavo Lima, pois ele alimenta preconceitos e acirra os ânimos, sugiro que busque outro meio para encher linguiça em seus shows”, disse o ativista que afirma que essas brincadeiras são reproduzidas por seus fãs e alimentam a homofobia, ou o que é coisa de homem, e outros estereótipos. 

Confira a nota do GGB na íntegra:

O Grupo Gay da Bahia (GGB) tomou conhecimento do conteúdo das declarações do cantor Gusttavo Lima na tarde desse domingo (23). De acordo com o site, o cantor se apresentou naquela cidade quinta-feira (20), abrindo os festejos do São João para cerca de 60 mil pessoas em um palco montado na Passarela do Descobrimento. Durante a evolução do espetáculo o artista empolgado com as manifestações populares contra a corrupção na política disparou a sua metralhadora em direção aos políticos e em outro momento começou a discriminar gays com gestos e falas consideradas de cunho homofóbico.
 
Gustavo Lima começou a se apresentar por volta das 23h cantando as músicas conhecidas do público. De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, o cantor de hora para outra teve um surto e começou disparar criticas para os políticos de forma generalizada, chamando-os de corruptos, atacando inclusive a presidente Dilma. Ao término do show, as declarações do artista foram consideradas grande falta de elegância, especialmente porque a prefeita municipal Claudia Silva Santos Oliveira (PSD) se fazia presente acompanhando o show do artista que teve cachê pago pela prefeitura.
 
Dando continuidade ao show foi à vez do cantor começar “ridicularizar” com os gays, constrangido os LGBTs que estavam presentes fãs do cantor. Começou com a música “Piradinha” de Gabriel Valim. Logo no início do trecho “Piri, pipire, pipire, pire, piradinha. Ela tá maluca, ela tá doidinha” se dirigindo a um músico da banda e ambos começam a desmunhecar. O músico transforma a sua camisa em um bustiê e começa a interagir com o cantor usando expressões consideradas pejorativas e trejeitos homofóbicos. O músico em requebros se dirige ao cantor e diz, imitando gay na sua atuação. “ E ai?” diz o músico para Gustavo Lima, gesticulando de forma exagerada. O cantor segue usando gestual mal educado contra LGBTs, em determinado parte do show ele observa um fã que usava par de tênis na cor verde e diz “Tênis verde! Isso não é coisa de homem”,diz para o fã.
 
O Grupo Gay da Bahia (GGB) vem a público expressar a sua completa decepção com as atitudes do cantor Gustavo Lima no show em Porto Seguro usando forma equivocada para afirmar sua masculinidade lançando mão a estereótipos que reforçam preconceitos e promove a discriminação contra LGBTs. O presidente da entidade Marcelo Cerqueira que só a psicologia pode explicar esse tipo de exibição promovida pelo cantor. “Penso que o cantor, por ter um visual gay, expressado pelo corte de cabelo, gestual cênico, uso de roupas coladas ao corpo, camisa baby look, por isso ele reproduz esses preconceitos como uma possível forma de se afirmar como homem”, diz o presidente do GGB Marcelo Cerqueira que considera desnecessária esse tipo de postura.
 
Cerqueira ainda comparou o modelo físico que o cantor adotou para si que em sua opinião é um modelo predominante na cultura gay mundial chamado de gay barbie característica preferencial de gays que cultivam o “body beautiful” ao extremo comportamento que não é regra para os homens considerados heterossexuais que preferem corpo com pelos e barriguinha, um tipo de homem mais preferidos pelas mulheres e também por gays. “São desnecessárias essas patacoadas cênicas de Gustavo Lima, pois ele alimenta preconceitos e acirra os ânimos, sugiro que busque outro meio para encher linguiça em seus shows”, conclui Cerqueira.

 

 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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