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Professora de adolescente trans assassinado diz que poderia ter feito o mesmo com o aluno

Redação Lado A 10 de Outubro, 2013 18h31m

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O comentário da professora Shirley Brown da Califórnia, nos EUA, em um documentário da HBO sobre o assassinato de Larry King, um jovem de 15 anos assassinado por seu colega Brandon McInerney em 2008, causou choque aos telespectadores nos EUA. A professora defendeu o assassino e riu, dizendo que ela poderia ter feito o mesmo, no filme “Valentine Road” exibido esta semana em rede nacional sobre o caso. A docente afirmou: “Eu posso entendê-lo e me vejo na mesma posição (de McInerney). Eu não sei se eu pegaria uma arma, mas um bom chute no traseiro poderia ter funcionado”, afirmou a professora em tom de humor. “Eu acredito em Céu e Inferno e tenho convicção, honestamente, de que Larry não sabia da consequência dos seus atos”, afirmou a ex professora que não prestou depoimento à polícia alegando traumas sobre o incidente.

Larry frequentava a escola E.O. Green Junior High School em Oxnard e foi alvo de dois tiros e morreu dois dias depois, em 13 de fevereiro de 2008, em crime ocorrido dentro da escola. O assassinato é um dos casos mais emblemáticos de homofobia nos EUA. O crime ocorreu na véspera do Dia dos Namorados, fato que batizou o documentário sobre o assassinato. Em 2011, o caso foi julgado e na primeira tentativa o júri não chegou a uma decisão unânime e o caso seria rejulgado, sem a acusação de crime de ódio, que poderia levar à prisão perpétua o menor. Em Dezembro de 2011, antes do novo julgamento, McInerney se declarou culpado por assassinato em segundo grau, agressão e uso de arma, sendo condenado a 21 anos de prisão, sem direito a redução da pena.

A professora Shirley Brown afirmou no documentário que entende o motivo que levou o aluno de 13 anos a matar o outro. King teria pedido McInerney em namoro, em público, o que teria feito com que virasse alvo de bullying, dias antes do assassinato. Na mesma semana, no corredor, a vítima teria passado pelo assassino e dito “Te amo bebê”. Na mesma semana, King teria ido para a aula com roupas de mulher, o que teria irritado ainda mais o assassino, que  era zuado pelos colegas. Ele então tentou juntar um grupo para bater em King, sem sucesso. Depois, teria tramado o assassinato. Ninguém nunca cogitou um envolvimento entre os alunos.

Na manhã de 12 de Fevereiro, durante uma aula na sala de computadores, por volta das 8h da manhã, McInerney tirou uma arma calibre 22 de sua mochila e atirou duas vezes contra King, atingindo sua cabeça e costas. Ele colocou a arma no chão e saiu. Em sete minutos a polícia chegou ao local e levou o autor dos disparos. King foi levado ao St. John’s Regional Medical Center e declarado com morte cerebral dois dias depois e seus órgãos foram doados.

O Documentário da HBO aponta como os adultos são responsáveis pelo assassinato, tanto pela falta de ação mediante aos diversos alertas quanto ao preconceito que ensinam aos filhos. Em muitos depoimentos, testemunhas dizem que a vítima poderia ter sido “mais discreta”, outros dizem que ele provocou a própria morte.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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