Allan Johan fala pela primeira vez sobre seu livro

“O Gay Curitibano – o personagem que a história não mostra” é o título do livro parte do trabalho de conclusão de curso em jornalismo do jovem Allan Johan, para a Universidade Tuiuti do Paraná. Aos 27 anos, ele passou pela Ong Grupo Dignidade, onde atuou por três anos, representou o Brasil no Encontro Mundial de Gays e Lésbicas Jovens da Iglyo International Gay and Lesbians Youth Organization, em Lisboa, em 2002, tentou se eleger para o cargo de vereador de Curitiba em 2004, tendo organizado diversos eventos gays, além de ter idealizado o projeto e trabalhado nos últimos dois anos para o site e revista Lado A. Johan acumulou nos últimos anos o prêmio Aliadas, o prêmio Sangue Novo no Jornalismo Paranaense, foi o estudante em destaque do site “Comunique-se” – o mais importante da área, em dezembro último, além de outros reconhecimentos não menos importantes. Mas ele não pretende parar por aí e nos conta mais um pouco.

Johan falou para a revista Lado A sobre seu projeto da faculdade. “O livro do meu TCC está me consumindo bastante tempo, estou atrasado no cronograma mas ele vai sair, primeiro para eu poder me formar, e depois porque espero publicá-lo um dia, devido sua importância. São várias as histórias interessantes que colhi. Ainda faltam várias, vai ser bem forte”. Segundo ele, o objetivo do livro é fazer com que a comunidade conheça a sua própria história, a fim de proporcionar maior união e um respeito maior pela cultura gay local.

Perguntado de como será o livro, ele explica que por razões de exigências do curso, será um livro-reportagem, uma narrativa jornalística, dividida em capítulos por tema. Mas que o livro abordará principalmente depois do 1969, ou seja, Curitiba pós o movimento de Stonewall, traçando um paralelo. Personalidades, boates, casos de escândalos, todos esses estarão no livro, que será encerrado sua confecção no mês de novembro. “É incrível como a nova geração nunca ouviu falar de Gilda, Celso Filho, personagens da década de 80 que escandalizavam a cidade”, revelou o autor.

Sobre novos projetos, Johan revelou que deve procurar outros horizontes. “Em 2008 quero trabalhar com tevê ou rádio, por isso já estou me adaptando às exigências destes meios, buscando novas portas”. Sobre uma carreira política ele afirma: “Não posso dizer que não gostaria de sair candidato, de fazer um pouco por nós na política, mas creio que a maturidade do eleitorado não seria suficiente para elegermos um gay na cidade de Curitiba, por isso, essa não é a minha prioridade no momento”. E completou: “Sinceramente, espero conseguir uma bolsa fora do país, terminar meus estudos. Pretendo ir para a área de educação, comunicação, sociologia ou ciência política, continuar escrevendo, me envolvendo em projetos para a comunidade e buscando mudar o mundo”.

“Você acha que consegue mudar o mundo?”, perguntamos. A resposta veio em seguida: “Não, sei que não tenho esse poder, mas fico feliz em fazer a minha parte.”

Quem quiser ajudar com relatos, indicações, pistas e dicas para o livro “O Gay Curitibano”, basta mandar um e-mail para: gaycuritibano@webapp76668.ip-50-116-63-163.cloudezapp.io