Redação Lado A | 16 de Setembro, 2008 | 06h40m |
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Célio Golin é militante e candidato a uma vaga na Câmara Municipal de Porto Alegre. Com vasta experiência na militância, ele espera colaborar mais ainda com as conquistas GLBT como legislador.
Entrevista
Quais são suas propostas?
Célio Golin – Temos propostas na área da educação, da saúde, da assistência social, cultura, direitos humanos, ocupação da cidade, esporte… Estas propostas estão sendo divulgadas no site da campanha (www.celiogolin13024.can.br), mas, para dar um exemplo, propomos que as travestis e as transexuais sejam respeitadas em seu nome social e identidade de gênero em instituições educacionais, de saúde e assistência social. Que as relações entre pessoas do mesmo sexo sejam incluídas nos programas de moradia da Prefeitura. Que o Artigo 150 da Lei Orgânica Municipal, que pune atos de discriminação em locais comercias, proposta pelo Nuances em 1994, seja divulgada junto aos estabelecimentos comercias. Que conste no orçamento municipal verba para a Parada Livre, Jogos Gays, dia da Visibilidade Lésbica e Travesti, entre outras coisas…
Por que se candidatou?
Célio Golin -Tenho mais de 20 anos de militância no movimento social, com legitimidade política em vários setores da sociedade, o que me credencia como uma alternativa possível. O Parlamento significa um outro nível de empoderamento, pela representatividade, que possibilite conquistas cotidianas na vida de muitas pessoas. Precisamos avançar ainda mais no processo de democratização da sociedade, onde os preconceitos podem e devem ser superados. Além disso, sou uma bicha ousada!
Como surgiu a idéia de ser político?
Célio Golin – Sou militante do PT desde 1986, sendo um dos fundadores do Partido em minha cidade natal, Nonoai. Nestes anos todos, tenho militado no movimento social, mas sempre ligado ao PT. Como muitos militantes que vêm tendo posição crítica aos rumos do Partido, nos últimos anos priorizei a militância no movimento social. Em 1991, fui um dos fundadores do Nuances – grupo pela livre expressão sexual e, em 1997, demos inicio à primeira Parada Livre do Rio Grande do Sul. Nesta trajetória como militante, não vislumbrava ser candidato, mas um grupo de militantes, tanto LGBTT’s como de outros movimentos, me procurou propondo que uma candidatura encabeçada por mim teria legitimidade porque expressaria um acúmulo político conquistado em Porto Alegre. Há um vácuo de representatividade das questões ligadas aos direitos de gays, lésbicas, transexuais, travestis e bissexuais e a outros grupos marginalizados, como profissionais do sexo, pessoas em situação de rua, consumidores e consumidoras de drogas…
Em sua opinião, por que não há representantes homossexuais assumidos no Estado?
Célio Golin – Acho que são vários os fatores. Mas entendo que o principal motivo é que esta questão não tem apelo eleitoral. Sempre foi vista como uma desqualificação social, e os políticos não gostariam de associar a sua imagem. Não é só uma questão no RS, isto acontece em todo o país.
O que faz para atrair eleitores?
Célio Golin -Tenho 20 nos de militância no movimento social, sempre ligado às questões de LGBTT’s das pessoas mais marginalizadas. A coerência que sempre tive na militância. Também existe um vácuo na câmara de políticos e políticas que se assumam e que tratem destas questões.
Já houve preconceito por parte dos cidadãos?
Célio Golin – O preconceito é uma realidade em nossa sociedade. Acho que muito já se avançou, mas manifestações de intolerância ainda são comuns.
Como é a relação com o partido?
Célio Golin – Tenho muitas críticas em relação aos rumos do partido, mas acredito que o PT ainda pode contribuir muito para a sociedade brasileira.
Já teve preconceito por parte do partido?
Célio Golin – O partido é feito de pessoas comuns. Algumas têm muitas limitações com esta questão.
Acha que gay vota em gay?
Dependo do candidato. Mas acho que ser gay não é critério para os gays votar. Tem que ter uma trajetória convincente.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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