Antes do início de uma palestra no dia 15 de março, no Auditório do Bloco J da Universidade Regional de Blumenau (FURB), o celular do militante do Grupo Liberdade, Lenilso Luis da Silva, 25, tocou e despertou a ira dos alunos presentes. Segundo Silva, o próprio presidente do Diretório Central dos Estudantes, Jeferson Thiago Schwerz, incitou os demais alunos a formarem um coro e gritarem: “Bicha, Bicha”. Inconformado, o militante foi a uma delegacia onde lavrou um boletim de ocorrência por difamação e pretende processar o representante e ainda cobrar uma posição da Universidade. O grupo Liberdade, ao qual Silva faz parte, emitiu uma nota cobrando providências da FURB ao caso.
Silva é funcionário público e trabalha na base local do deputado federal e ex-prefeito de Blumenau, Décio Lima, do PT. Ele estava na faculdade onde cursou História para protestar pela presença do palestrante Luiz Carlos Prates, ex articulista da RBS, que foi afastado após comentar que pobres tem outras necessidades e ficam comprando carros. Na manifestação, segundo Silva, mais de 100 militantes contestavam a presença do comentarista e não puderam entrar para assistir a palestra, promovida pelo DCE. Antes da palestra iniciar, Silva estava no auditório para negociar a entrada dos outros manifestantes, e já havia discutido com Schwerz, quando seu celular tocou. Segundo ele, os diretores do DCE quem começaram o coro, incitando os demais alunos a fazerem o mesmo. Depois, houve um bate boca com a direção do DCE e a palestra, que foi atrasada por causa da manifestação, foi iniciada. Silva afirmou ainda que há um vídeo do episódio e que já está conversando com sua advogada para entrar com ação tanto no âmbito penal quanto cível.
Mesmo sem intenção de agir com preconceito, se for o caso, faltou uma represália da própria direção do DCE que deveria ter se manifestado na hora do acontecido. Tanto a Universidade quanto o DCE devem ter a postura de erradicar a homofobia, como sugerem as resoluções dos encontros nacionais dos estudantes da UNE – União Nacional dos Estudantes. Como o fato se passou dentro da estrutura da maior universidade particular de Santa Catarina em um evento organizado pelo DCE, os dois devem não apenas se manifestar pelo ocorrido, mas responderem por tal. A omissão é tão prejudicial quanto aquele que ofende.
Foto: Jean C. Oecksler – blumenauonline
