MP apura se houve crime em texto publicado em Boletim Universitário distribuído por católicos na UEL

Um inquérito civil público foi aberto pelo Ministério Público Federal depois que um material ligado a Arquidiocese de Londrina foi acusado de disseminar preconceito contra homossexuais. O material, publicado por um padre de outra localidade mas com apoio da Arquidiocese, denominado “Boletim Universitário”, em sua sétima edição, de setembro passado, trouxe texto de uma colunista, Mercedes dos Santos Rosa, que chama as uniões do mesmo sexo de “anormalidade” e “distúrbios da natureza”, o texto ainda compara o relacionamento homossexual com uma doença.

A Arquidiocese atribuiu o trabalho como particular do padre italiano Antonio Caliciotti é quem é o responsável pelo material, apesar de isto não estar apontado no próprio expediente do jornal. O boletim ainda não traz o jornalista responsável pelo veículo, uma exigência legal. Apesar de frequentar a estrutura da Arquidiocese, por amizade, o religioso é do interior paulista e fundador de uma comunidade em Campos do Jordão denominada Centro Oásis de Valores. O boletim, direcionado aos universitários de Londrina, divulga as atividades de sua comunidade.

O caso está sob responsabilidade do procurador da República no município de Londrina, João Akira Omoto. O MP já convocou membros da Arquidiocese, da UEL e os supostos autores do texto para deporem e esclarecerem a autoria do material. Para o MP, o material é ofensivo e fere os princípios constitucionais, bem como tratados de Direitos Humanos, onde a dignidade e igualdade é assegurada a todos. O cso teve grande repercussão local, quando alunos fizeram um beijaço para protestar contra o material. Na época, os autores do texto afirmaram que estavam protegidos pela liberdade de expressão.