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Protesto discreto contra comentário homofóbico de lenda do tênis marca Aberto da Austrália

Redação Lado A 16 de Janeiro, 2012 17h10m

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A jovem atleta britânica Laura Robson, de apenas 17 anos, 134° lugar no ranking, colaborou usando um elástico do arco-íris com uma campanha na internet que pedia que participantes levassem bandeiras gays a quadra Margareth Court, no Aberto da Austrália nesta segunda-feira. A campanha defendida pelo grupo “Rainbow Flags Over Margaret Court Arena” (Bandeiras do Arco-Íris na Quadra Margaret Court) marcou para a abertura do importante evento de tênis um protesto em pelo Facebook em razão de uma declaração dada recentemente pela lenda australiana no esporte que batiza a quadra. Robson, ao ser procurada pelos jornalistas, disse que não se tratava de um protesto, apenas de um elástico, e não quis entrar muito na polêmica, mas se mostrou ciente do protesto nas arquibancadas: “Usei esse elástico porque acredito em direitos iguais para todos. Sabe, a vida é assim. E não foi um protesto, é só um elástico de cabelo”. Ela acabou perdendo por 2 X 0  a partida que disputou contra sérvia Jelena Jankovic.

Margaret Smith Court, vencedora de 24 títulos de Grand Slams (12 deles apenas no Aberto da Austrália), entre os anos 60 e 70 é agora uma pastora evangélica de  69 anos de idade. Recentemente, ela defendeu na imprensa que gays não deveriam ter direito de se casarem e rejeitou a idéia dos direitos dos gays. “A educação politicamente correta conduziu o homossexualismo das portas fechadas para a sociedade, e agora os gays exigem direitos matrimoniais que não lhes pertence”, disse a veterana ao jornal Western Australia. E disse ainda: “E também é preocupante o fato de o grito homossexual ser ´não podemos fazer nada, nascemos assim` e isso representar a razão de suas escolhas”, defendeu.

Craig Tiley, diretor do Australian Open, afirmou que  a Associação de Tênis da Austrália discorda da opinião de Court. ” A Tennis Australia não divide esta visão e acredita que todos devem ter tratamento e direitos iguais”. Ele ressaltou ainda que a organização não irá interferir em vestimentas ou protestos pacíficos, mas lembrou que o evento tem um compromisso com os fãs do esporte e isso não deve interferir no evento. 

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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