Uma novidade boa na última convenção do grupo cristão Exodus International, na última semana. O atual presidente da entidade, Alan Chambers, anunciou durante a 37ª Conferência Anual do Exodus, que a “terapia de reversão” aplicada pela entidade desde a sua fundação, e uma das ações mais reconhecidas do grupo, deixará de ser aplicada por não haver comprovação científica de sua eficácia e por contrariar a “mensagem bíblica”. A nova abordagem da entidade quer atrair membros homossexuais para suas comunidades ao invés de oferecer um tratamento e demonização dos mesmos.
“Como presidente da Exodus International e ainda um líder cristão que está em frente a pessoas todo o tempo, é minha responsabilidade conduzir com honestidade e transparência e partilhar que, só porque você se torna um cristão, suas lutas … nem sempre vão embora”, afirmou Chambers que afirmou que a Igreja não apoiará mais estas práticas mas que não irá censurar seus membros que poderão continuar atuando na entidade. Para se ter uma idéia da mudança, o novo site da entidade diz que a Exodus não condena a homossexualidade diretamente e que acredita que vários fatores levam uma pessoa a ser homossexual. No site dizem ainda que nunca viram uma pessoa que “escolheu” ser homossexual, ou seja, não é uma opção. Para a entidade, toda união que não é monogâmica entre um homem e uma mulher, foge ao plano de Deus, mas que isso não os impede de se relacionar com Jesus Cristo para cuidar de seus aflições. Ou seja, ser homossexual não é um pecado maior ou menor do que a traição ou mentir. Tendo em vista o histórico da entidade, já é uma vitória.
A Exodus é famosa por seus campings de reparação da sexualidade de jovens e programas que chamam de sexualidade saudável, em que gays são obrigados a negar as suas orientações sexuais e passam por tratamentos que variam de violência física, xingamentos, orações, exorcismos e atos que criam experiências traumatizantes. Diversas pessoas que atuavam na entidade, como ex-gays, acabaram depois acusando o programa de ser uma farsa.
O novo posicionamento da Exodus é uma resposta as novas igrejas inclusivas que pregam o Evangelho de um novo ponto de vista. Fora isso, a entidade se livra de estar pregando a homofobia e a violência contra homossexuais, deixando de ser sendo alvo de processos e investigações.
